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Santos Silva vai sozinho às urnas na segunda-feira

Candidatura do actual reitor faz o pleno no corpo docente

Tal como “O Interior” anunciou há duas semanas atrás, Santos Silva será o candidato único na próxima segunda-feira ao cargo de reitor da Universidade da Beira Interior (UBI) para os próximos quatro anos. A candidatura ao terceiro mandato consecutivo foi apresentada individualmente e subscrita por todos os catedráticos e a maioria dos docentes da instituição. Daí que a equipa que o acompanhará ainda se mantenha no “segredo dos deuses” devendo ser anunciada apenas após a sua eleição. Nas linhas programáticas da recandidatura, Santos Silva destaca a necessidade de continuar a desenvolver projectos para «afirmar a universidade pela qualidade e pela diferença» através de um modelo gestão descentralizada, com a formação do corpo docente, a incrementação da investigação e no desenvolvimento de acções de promoção e melhoramento da imagem da UBI, tal como defendia quando assumiu o cargo em 1995. Ciente dos «grandes desafios que se colocam à instituição nos próximos anos», o actual reitor da UBI defende um projecto capaz de demonstrar que a universidade está «bem viva» e é capaz de «estimular e mobilizar a comunidade universitária» através de «uma dinâmica competitiva, acções interdisciplinares e aproveitando as sinergias existentes», defende. O alargamento do quadro de docentes e o número significativo de concursos e vagas preenchidas por professores associados e catedráticos é, para o reitor, um exemplo da dinâmica na evolução do corpo docente, que conta actualmente com 464 elementos, dos quais 188 são doutorados, 153 em doutoramento e 10 inscritos em mestrado.

A «qualidade das instalações» é outra prioridade de Santos Silva para poder desenvolver um bom ensino e fomentar a investigação. A construção, actualmente em fase de adjudicação, da Faculdade de Ciências da Saúde, junto e em articulação com o Hospital Pêro da Covilhã, é o «grande desafio» dos próximos anos, pretendendo-se instalar aí Centros de Investigação em Ciências da Saúde, uma unidade alimentar e uma residência universitária de forma a constituir-se um Pólo ou Campus da Saúde graças aos mais de 50 mil metros quadrados de terreno para futura expansão da Faculdade. Apesar de estar previsto a construção do Complexo Pedagógico de Ciências do Desporto, Santos Silva considera essencial reivindicar financiamento para a recuperação do edifício II da antiga Fábrica Ernesto Cruz – já adquirido com receitas próprias –, visto que o actual pólo de Ciências Sociais e Humanas está a entrar em ruptura. O edifício destinado aos Serviços Centrais da Reitoria – inscrito outrora em PIDDAC – e a aquisição e recuperação de um edifício contíguo às Ciências de Engenharia para o desenvolvido das actividades pedagógicas são também tidos como essenciais.

Para o reitor, urge ainda a construção de uma nova unidade alimentar no Pólo IV, bem como a «reivindicação de um orçamento conveniente para a atribuição de bolsas», que até ao momento «não permite desenvolver uma acção social capaz» sobretudo para os mais carenciados. A autonomia da universidade é o caminho que Santos Silva defende, ainda para mais com o Processo de Bolonha em marcha. Assim, o reitor considera fundamental atribuir mais competências às unidades/faculdades, privilegiando as novas tecnologias. A celebração de contratos-programa e de desenvolvimento para a melhoria da qualidade de ensino e aprendizagem, a introdução de novas metodologias pedagógicas e o combate às despesas impostas pela localização geográfica são batalhas que o reitor promete travar até 2007, garantindo que irá continuar a procurar «fontes alternativas» de financiamento de projectos e infra-estruturas de apoio à investigação.

Liliana Correia

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