“Os Piratas do Deserto” é o titulo do mais recente livro do escritor, desenhador e historiador trancosense Santos Costa, que será lançado amanhã no espaço BD da livraria Leya, na Buchholz, em Lisboa. A obra, editada pela ASA, consiste numa adaptação livre em banda desenhada do díptico “A Formosa Judia” e “Os Piratas do Deserto”, de Emilio Salgari, publicado de forma condensada e num único volume.
Ao longo das 176 páginas e 165 pranchas deste “comic book”, Santos Costa, que foi o primeiro desenhador português a adaptar um dos romances do escritor italiano, pretende «prestar homenagem» ao criador das séries de Sandokan e do Corsário Negro no mês em que se assinala o 150º aniversário do seu nascimento. O livro viaja até ao século XIX para contar a história do Marquês de Sardenha, que organiza uma caravana para encontrar um coronel francês capturado pelos “piratas do deserto” – os tuaregues. Nesta jornada pelo Saara, o marquês é acompanhado por outro europeu e dois irmãos judeus, vivendo com eles variadas aventuras. Além do objetivo de homenagear Salgari, Santos Costa refere que esta obra pretende tornar a leitura deste autor «ainda mais agradável e acessível através do desenho».
O autor confessa o seu «fascínio» pela BD, lamentando que não seja «um género mais lido» em Portugal. «No nosso país não há uma grande cultura de BD, havendo mesmo um certo prurido em ler estas obras por se considerar que são meros livros para crianças», considera Santos Costa. Na sua opinião, este género «permite uma leitura leve e pouco prolongada» e remete para «a primeira arte que houve na Terra». «A escrita é desenho e mesmo antes da escrita já se contavam histórias por intermédio de figuras, como provam, por exemplo, as gravuras rupestres de Foz Côa, que em última instância acabam por ser banda desenhada», considera Santos Costa. O escritor diz já ter recebido «algum “feedback” positivo» sobre o seu último livro, mas coloca «um ponto de interrogação» quanto à receção da obra junto do leitor comum.
Ainda assim, espera «um bom acolhimento» por parte do público e que este «goste desta versão da história e da transposição para o desenho». Fernando Santos Costa nasceu em Trancoso em 1951 e é autor de meia centena de livros de história, monografia, ficção e etnografia, muitos dos quais em banda desenhada. Foi cartoonista político e publicou etnografia e apontamentos históricos em diversas publicações. Foi também colunista de O INTERIOR com a coluna “Bandarra-Bandurra”.
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