Arquivo

Santinho garante que maternidade não vai fechar a «curto e médio prazo»

Governador Civil considerou de «muito mau gosto» abaixo-assinado de médicos a questionarem futuro do serviço na Guarda

A Maternidade da Guarda está «boa e recomenda-se», garante o Governador Civil, que no sábado visitou o primeiro bebé do ano no Hospital Sousa Martins. Na ocasião, Santinho Pacheco considerou de «muito mau gosto» o recente abaixo-assinado subscrito por vários médicos da unidade onde era posta em causa a sobrevivência daquele serviço.

«A maternidade está a funcionar, ninguém a põe em causa e muito menos devem ser profissionais de saúde do hospital a levantar a questão quando ela está perfeitamente encerrada», criticou o Governador, dizendo ter informação «sólida e segura» de que a maternidade «não corre nenhum risco de fechar no curto e médio prazo». Tanto assim, que lhe está atribuído um espaço no novo edifício do Sousa Martins, actualmente em construção. «Todas as reuniões que tive na Unidade Local de Saúde e no ministério apontam para a sua continuidade, portanto não faz sentido falar nessa eventualidade», reiterou. Os números também ajudam, já que em 2009 nasceram mais de 700 bebés – a contagem terminou a 31 de Dezembro. «Foi um bocadinho menos que no ano anterior, mas esta é a tendência em todo o país», disse Santinho Pacheco, para quem a redução da natalidade é actualmente o problema social «mais importante» de Portugal.

«Depois de se ter apostado muito na terceira idade, no apoio à infância, é agora necessário assumir um papel mais activo nesta área porque estamos a envelhecer muito e a perder população», refere, considerando que a situação põe em risco a sobrevivência do distrito, «que tem um saldo negativo tremendo», e do país. O Governador não se alongou sobre o que deve mudar no apoio à natalidade, apenas sugeriu que as mães possam ficar em casa mais tempo após o parto e falou em «condições necessárias suficientes» para que os casais jovens possam ter um ou mais filhos, sobretudo na região. Isto é, emprego. «Não é pelo abono de família ou pelos incentivos que vamos lá, porque isso não dá segurança a um casal para ter filhos», admitiu, reconhecendo que assunto vai ter que passar pela concertação social, porque vai implicar o Estado e as empresas. «Mas falar disso em tempos de crise não é politicamente correcto», declarou.

Gonçalo é o primeiro bebé do ano no Hospital da Guarda

Gonçalo Tomás trocou as voltas aos pais e veio ao mundo na tarde de sábado, com 3,100 quilos, dois dias depois da chegada do ano novo. «Era para ter nascido na passagem de ano, mas ele não quis», adianta Cátia Teixeira, a mãe do primeiro bebé nascido no distrito da Guarda em 2010. A coincidência garantiu-lhe uma pequena lembrança do Governo Civil, que assinala o momento para a posteridade.

É o primeiro filho de Pedro Tomás, de 24 anos, e de Cátia Teixeira, de 23, que residem na Guarda e são ambos filhos únicos. O jovem casal e os familiares foram literalmente surpreendidos por Santinho Pacheco na visita das 18 horas de sábado, de passagem para felicitar os pais e enaltecer simbolicamente este nascimento num distrito «que precisa de mais crianças», pelo que Pedro e Cátia foram desafiados «a não se ficarem por aqui». «É possível», respondeu o pai, segurança de profissão, para quem o facto de Gonçalo ser o primeiro bebé do ano não passa de um acaso: «O que importa é que tenha vindo bem de saúde», refere, agradecendo a «visita simpática» do Governador Civil. Já a mãe esta desempregada e vai agora gozar a licença de maternidade. «Depois logo se vê», declara.

________________________________

Bebé do ano da Cova da Beira nasceu em casa

A mãe adiou a ida ao hospital, por julgar que ainda não tinha chegado a hora do nascimento

O primeiro bebé de 2010 da região da Cova da Beira, uma menina com 2,700 quilos, nasceu em casa, na manhã do primeiro dia do ano, no Fundão.

A mãe, Cecília Zacarias, tinha estado no Centro Hospitalar da Cova da Beira na madrugada do dia de Natal, altura em que sentiu as primeiras contracções, que regressaram no dia 1 de Janeiro. Convicta de que ainda não havia chegado o momento, a mãe, de 31 anos de idade, que tinha já uma criança, adiou a sua deslocação ao hospital, não tendo conseguido depois evitar que nascesse em casa, na Urbanização de São Pedro. O parto foi realizado com a ajuda de dois bombeiros do Fundão, chamados ao local, e foi bem sucedido, tendo participado também uma equipa do INEM. A mãe e a filha, que dá pelo nome de Matilde, foram depois transportadas para o Hospital Pêro da Covilhã. A unidade covilhanense registou um segundo nascimento da parte da tarde.

Luis Martins

Sobre o autor

Leave a Reply