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Sanatório na mira do grupo Sheraton

Um dos maiores operadores turísticos internacionais poderá vir a gerir a unidade hoteleira de luxo da Turistrela

O grupo Sheraton, que detém mais de 400 hotéis em 70 países, está interessado no antigo Sanatório dos Ferroviários, na Covilhã. As negociações entre o operador turístico e a Turistrela, concessionária do turismo na Serra da Estrela, decorrem, segundo o administrador Artur Costa Pais, «há cerca de seis meses». O Sheraton pretende a reconversão em estância de luxo do edifício concebido nos anos 20 por Cotinelli Telmo.

Para isso, e depois de ter analisado o projecto de Souto Moura, o grupo já concluiu pela necessidade de aumentar o número de quartos, de 55 para 120. «De outro modo não seria viável para a empresa», explica o administrador da Turistrela, adiantando ser intenção dos interessados obter a classificação de cinco estrelas. De resto, Costa Pais admite que o projecto de Souto Moura possa «nem vir a ser utilizado», caso o grupo Sheraton assim o entenda. Outro dos pontos acordados diz respeito a um estudo de viabilidade económica do negócio, que «já está a ser levado a cabo». Para tal, a Turistrela vai ter que «atrair operadores internacionais para a Serra, de modo a aumentar o fluxo de visitantes estrangeiros» nos próximos tempos, acrescenta o empresário. Costa Pais espera ter certezas quanto ao negócio daqui a três semanas. Até lá, a Turistrela vai reunir com o Governo, na próxima semana, para falar da implementação das telecabines e da ampliação da estância de esqui, para além do processo de requalificação do Sanatório.

Artur Costa Pais deixa uma certeza. «Com ou sem Sheraton, é necessário proceder à reconversão do Sanatório», alerta, argumentando que a procura da Serra da Estrela terá aumentado «50 por cento» só este ano. Este projecto remonta ao Governo de António Guterres, mas a recuperação do antigo sanatório nunca foi tarefa fácil. Em 1998, a Enatur adquiriu o edifício à Turistrela por um escudo, mas com a cláusula de construir uma pousada num prazo de dois ou três anos, sob pena do mesmo reverter para o antigo proprietário. O que acabou por acontecer em 2004.

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