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Sabugalenses anónimos imortalizados

Autarquia evocou comemorações dos 200 anos da Batalha do Sabugal no passado fim-de-semana

As inaugurações de um memorial no Sítio do Gravato e de um monumento evocativo na rotunda de entrada da cidade, na EN233, foram dois dos pontos altos das comemorações do bicentenário da Batalha do Sabugal que a autarquia raiana promoveu no último fim-de-semana, em colaboração com o Exército Português. Com estas iniciativas, o município quis perpetuar a memória dos seus habitantes que pereceram durante as invasões francesas.

Na inauguração do monumento evocativo, da autoria do escultor Augusto Tomás, natural do concelho, na Rotunda Batalha do Sabugal (EN233), o presidente da autarquia sublinhou que o monumento ao combate do Gravato é a manifestação de um «sentimento de história e de orgulho escrita por homens e mulheres que defenderam este concelho e que pagaram com a própria vida e se viram despejados de bens e dignidade». António Robalo salientou que «este espaço deve fazer parte da memória, imagem e identidade nossa numa afirmação de auto-estima das populações», cumprindo a «missão» de «imortalizar os sabugalenses anónimos que foram intervenientes diretos e sofreram com as invasões e incursões francesas». O edil realçou que, além do lançamento dos livros “A Batalha do Gravato – Narrativas do Famigerado Combate do Sabugal” e “Sabugal e as Invasões Francesas”, a autarquia quis que «ficasse algo de palpável na memória dos dias de hoje para além da evocação».

António Robalo considerou ainda que «se o passado precisa de nós para continuar vivo, é sempre no presente, num processo de reconstrução particularmente exigente, que definimos as nossas visões do passado». No mesmo sentido, «simbolicamente os monumentos representam todas as recordações e vivências daqueles que neles estão contidos, sendo testemunho do seu altruísmo apresentado com elevação aos que o contemplam e motivo de orgulho para os que lhe deram origem». Por parte do Exército, o tenente-coronel Urze Pires salientou que «dois séculos após estes trágicos e funestos acontecimentos, não só para as gentes beirãs, mas para toda a nação portuguesa, estamos a evocar o seu esforço glorioso e sofrido e o valor do seu exército na luta pelos ideais de liberdade e soberania perante o invasor que levaria com ele o produto de meses de pilhagem ainda hoje presente em bibliotecas, museus e coleções privadas em França». A Batalha do Gravato, travada a 3 de abril de 1811, foi a última em território português das tropas francesas, então em retirada.

Ricardo Cordeiro O monumento «é um lugar que respira criatividade e reconverte olhares sobre o passado»

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