O Sabugal é, para já, o único concelho do distrito da Guarda que tem mais do que um candidato assumido às autárquicas do próximo ano. Conhecida que foi a decisão do actual edil, Manuel Rito, de não se recandidatar devido a motivos pessoais, o vereador António Robalo será o candidato do PSD, enquanto que António Dionísio foi o nome escolhido pelo PS, havendo ainda o independente Joaquim Ricardo.
De resto, quando falta aproximadamente um ano para as eleições, os nomes de grande parte dos candidatos dos principais partidos ainda são uma incógnita. Outro candidato já anunciado é o socialista Carlos Panta em Figueira de Castelo Rodrigo, derrotado em 2005 por António Edmundo, que adia para Novembro o anúncio de uma «decisão concreta». No entanto, reconhece que «tendo em conta os projectos em curso, é natural que haja vontade desta equipa em continuar o seu trabalho». Aliás, ao que O INTERIOR conseguiu apurar, a maioria dos actuais autarcas deverá recandidatar-se. Além de Manuel Rito, também Eduardo Brito, presidente da Câmara de Seia, anunciou que não se recandidatará (ver última edição). Já o seu adversário de 2005 refere que, caso venha a ser convidado para concorrer novamente, terá que «ponderar oportunamente», disse Nuno Vaz. A concelhia de Seia vai a eleições no dia 17 e o nome do candidato só deverá ser escolhido depois dessa data.
No caso da Câmara da capital de distrito, Joaquim Valente não se mostra «muito preocupado» com o assunto, salientando que «os órgãos do PS na Guarda saberão encontrar, depois de algum debate interno, o militante que melhor pode posicionar-se para ganhar novamente» a autarquia guardense. «Todos os militantes têm que se disponibilizar para estar ao serviço do partido e do desenvolvimento da Guarda. Aguardo serenamente que o PS indique o militante que estará melhor posicionado para continuar a desenvolver um projecto de crescimento e desenvolvimento para a cidade», reforçou, desvalorizando o facto do seu colega de vereação, Virgílio Bento, actual presidente da concelhia socialista já ter dito que apoiava a sua recandidatura. Quanto ao PSD ainda procura o melhor candidato que consiga inverter a tendência vitoriosa do PS na edilidade desde o 25 de Abril. João Prata, líder da concelhia social-democrata, diz que «ainda é cedo» e que o candidato será anunciado, «o mais tardar, até ao final de Janeiro».
Em Almeida, Batista Ribeiro recordou ter dito «logo que não se candidatava apenas para quatro anos». Assim, será novamente o candidato social-democrata, «caso o partido o queira», ressalva. Já Orlindo Vicente, que em 2005 perdeu por 90 votos, respondeu que o assunto «ainda não se coloca neste momento e nem eu próprio a equacionei a nível pessoal».
Júlio Sarmento tem «decisão tomada», mas não a revela
No concelho vizinho de Pinhel, o actual presidente do município António Ruas indica já ter «manifestado disponibilidade» para ser candidato, mas «ainda é cedo, só no início do próximo ano é que deverá haver certezas», avisa. Pelo lado da oposição, Abel Grilo, candidato pelo PS em 2005, confirmou não estar disponível para se recandidatar. Mais a Norte, na Mêda, João Mourato declara «ainda não estar nada resolvido sobre essa matéria», sendo que a decisão deverá ser tomada durante este mês. O socialista José Lopes, vencido em 2005, adiantou que «tudo está em “stand-by até ao fim do ano» e que a decisão sobre o nome a apresentar pelo PS só será conhecida no início de 2009. Em Trancoso, Júlio Sarmento garante ter a «decisão tomada» quanto a uma eventual recandidatura, mas prefere não a divulgar por enquanto, uma vez que tem de ser «escutada e sufragada pelos militantes». Por outro lado, considera tratar-se de uma questão «que não tem a ver com um acto individual, mas sim com a concelhia e a Distrital». Também no seio dos socialistas, o nome do candidato ainda está em aberto. João Paulo Matias, que perdeu em 2005, salienta que a decisão será tomada «antes do final do ano».
José Miranda admite que «tudo é possível neste momento»
Em Foz Côa, apesar das tentativas, O INTERIOR não conseguiu falar com Emílio Mesquita, mas tudo indica que o actual autarca será novamente candidato. Por seu turno, Gustavo Duarte, candidato do PSD que em 2005 perdeu por 29 votos, mostra-se «disponível» para concorrer mais uma vez, embora remeta a decisão para a concelhia, o que deverá acontecer a «breve prazo». Celorico da Beira é outra autarquia socialista no distrito, mas José Monteiro ainda não sabe se irá recandidatar-se: «De momento ainda não tomei decisão nenhuma. Ainda estou a ponderar determinadas condições. Daqui a uma semana ou 15 dias talvez tenha uma decisão», promete. Quanto ao PSD local já fez saber que o seu candidato será anunciado até ao final deste ano. Em Fornos de Algodres, José Miranda reconhece que «tudo é possível neste momento», remetendo o seu anúncio «para o início de 2009».
Oito autarcas não se poderão recandidatar em 2013
Por último nos casos de Álvaro Amaro, José Manuel Biscaia e Fernando Andrade, respectivamente presidentes das Câmaras de Gouveia, Manteigas e Aguiar da Beira ainda não tomaram uma decisão e só o deverão fazer também na entrada do novo ano. Caso avancem mesmo para uma nova candidatura, sete dos 14 edis já sabem que farão os seus derradeiros mandatos, isto no caso de serem eleitos. A lei de limitação dos mandatos autárquicos poderá, assim, afectar o futuro de de Álvaro Amaro, António Ruas, Fernando Andrade, José Miranda, José Manuel Biscaia, João Mourato e Júlio Sarmento. Isto partindo do princípio de que Eduardo Brito não avançará mesmo para um novo mandato. Apesar das diversas tentativas, O INTERIOR não conseguiu falar com António Carvalho, António Rocha, Esmeraldo Carvalhinho e João Paulo Agra, candidatos que perderam as eleições de 2005, respectivamente, em Aguiar da Beira, Fornos de Algodres, Manteigas e Gouveia, todos pelo PS.
Ricardo Cordeiro