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Saberes e costumes em exposição no castelo de Pinhel

Iniciativa do Museu da Guarda está patente até 12 de Julho

A exposição “O espírito dos lugares – Cenários para um Património Imaterial” está desde ontem no castelo de Pinhel. A mostra, propriedade do Museu da Guarda, inicia na “cidade-falcão” uma itinerância pelo distrito com vista a divulgar a identidade cultural da região através dos saberes e costumes que foram passando de geração em geração em localidades serranas, raianas e durienses.

O ponto de partida desta proposta assentou no acervo fotográfico do museu, nomeadamente nos registos realizados por António Correia, ligados às comunidades urbanas e rurais do distrito da Guarda nos anos 30 e 40. Houve depois muita investigação e a recolha de textos e imagens, de costumes e tradições, estilos de vida, folclore e canções de toda a região. A mostra destaca ainda o património imaterial do distrito, como as recolhas musicais de Armando Leça, o linguajar contrabandista de Quadrazais (Sabugal) ou as melodias de José Alberto Sardinha, as quais podem ser ouvidas através de consolas que estão distribuídas pela exposição. Ao nível do inventário etnográfico destacam-se homens como José Franco, Manuel Boaventura e Manuel Martins. A exposição encontra-se dividida em núcleos temáticos como a festa, as profissões, o quotidiano, a oralidade, a pastorícia, entre outros.

Tomentos, estopas, estopinhas, travinca, fusos, cocharra, lenço dos namorados são alguns dos elementos que podem ser observados num percurso de regresso a um passado que parece já muito distante. Para além desta recolha, está também patente uma componente linguística associada ao acervo fotográfico, uma mostra das variações linguísticas, através de trava-línguas ou canções de chacota, por exemplo. Em termos de imagens, tanto são apresentadas fotografias do corrupio de pessoas carregadas em direcção à praça ou ao mercado, como do trabalho do oleiro que pode ser de Figueira Castelo Rodrigo ou da Malhada da Sorda, entre outras imagens únicas de antigamente. De acordo com Dulce Helena Borges, directora do Museu da Guarda, “O espírito dos lugares – Cenários para um Património Imaterial” serve para «reavivar a memória dos mais velhos e dá a conhecer aos mais novos, nomeadamente as tradições e costumes da região». A exposição foi concebida para assinalar o Dia Internacional dos Museus, celebrado a 18 de Maio, e vai ficar em Pinhel até 12 de Julho.

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