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Rui Costa voltou à Escola Básica da Estação

Cientista natural da Guarda respondeu a questões de alunos dos terceiro e quarto anos

Se não fosse cientista, Rui Costa, investigador da Fundação Champalimaud, poderia ter enveredado pela carreira de cozinheiro. O investigador natural da Guarda regressou na tarde da última segunda-feira à sua antiga escola primária, a da Estação, onde conviveu e respondeu às muitas dúvidas dos jovens alunos de três turmas do 3º ano e duas do 4º ano.

Os curiosos petizes ficaram a saber, por exemplo, que antes de começar a ser cientista, há 15 anos, Rui Costa foi veterinário e que quando era da idade dos seus interlocutores «havia poucos cientistas em Portugal». De resto, explicou que «mais do que uma profissão», ser cientista «é mais um estado de constante procura do conhecimento» e alguns cuidados a ter no laboratório passam pela utilização de bata, luvas, óculos e, por vezes, de máscara e touca. Confessou que «sempre» gostou de ser cientista, mas se não o fosse, «podia ter seguido outra coisa que eu gosto muito, que é cozinhar». Uma das respostas que maior admiração provocou nos alunos que estiveram neste encontro com o cientista foi a de que uma experiência demora, em média, três anos. As crianças quiseram saber também se os cientistas são bem pagos e a resposta não se fez esperar: «Não ganham muito, mas também não ganham muito pouco. Ganham o suficiente para viverem bem em Portugal», assegurou.

Outra dúvida esclarecida foi a de que as aranhas têm cérebro, ao contrário das plantas, havendo alguns animais que não têm cérebro, mas «todos têm uma forma rudimentar de sistema nervoso». As explicações parecem não ter convencido a maioria da plateia, onde a profissão dominante era jogador de futebol, as exceções foram João e Ivan, que querem ser cientistas quando forem grandes. No intervalo da sessão, Rui Costa confessou a O INTERIOR que foi «muito bom» regressar à escola onde fez todo o ensino primário e já não visitava há 30 anos: «É uma experiência especial porque é a minha escola, foi onde eu andei e é uma emoção especial estar aqui. Acho que era esta a sala onde eu estava, hoje em dia é uma biblioteca magnífica, muito boa e os alunos são muito mais espertos que no meu tempo. Tive perguntas em que eu fiquei mesmo à “rasquinha”», ironizou. Recorde-se que Rui Costa, de 39 anos, foi um dos cinco cientistas portugueses que, juntamente com uma investigadora norte-americana que trabalha em Portugal, foram premiados pelo Instituto Médico Howard Hughes, dos Estados Unidos, em fevereiro, com montantes no valor de 518 mil euros para a sua investigação.

Ricardo Cordeiro O investigador não se coibiu a esclarecer todas as dúvidas levantadas pelas crianças da sua antiga escola

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