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RTSE vai a votos na quarta-feira

Actual presidente Jorge Patrão deverá ser o único candidato ao cargo

Jorge Patrão deverá ser o único candidato à presidência da Região de Turismo da Serra da Estrela (RTSE), lugar que ocupa desde 1998. Até à última terça-feira, penúltimo dia do prazo limite para a entrega de listas, ainda não tinha sido apresentada nenhuma candidatura alternativa. O acto eleitoral decorre na quarta-feira, na sede do organismo, na Covilhã.

Sobre o facto de vir a ser, possivelmente, o único candidato, Jorge Patrão não se mostra muito preocupado, mas, se for reeleito, adianta que este será o seu terceiro e último na RTSE, pois considera que as pessoas «não devem eternizar-se nos cargos». O responsável recorda que “pegou” numa Serra da Estrela «onde imperava o turismo do “garrafão”, de massificação, e isso tem vindo a alterar-se significativamente», garante. «Desde o nível de equipamento, o turismo museológico e alojamento, tudo está a contribuir para essa mudança de imagem», reforça. No entanto, o presidente pensa que «ainda falta “marcar alguns golos” para que essa imagem fique vincada de uma forma irreversível». Daí a sua recandidatura, que surge por sentir que pode «contribuir para a concretização de grandes projectos» que tão bem conhece, tendo mesmo recusado um convite para exercer «novas funções profissionais em Lisboa», indica. Para Jorge Patrão, a nossa região tem hoje uma imagem de «credibilidade turística, capacidade de alojamento legalizado, diversidade de animação e de propostas únicas de turismo cultural».

Do mesmo modo, indica que os números mostram que a Serra da Estrela é uma das regiões do país com «maior afectação de investimento bruto» ao turismo, que é o sector da economia que «melhor resistiu e mais investiu nestes últimos anos de grandes dificuldades económicas», adianta. Uma realidade que só acontece por existir «uma interiorização pública de dinâmica, de força de marca e de perspectivas novas que se abriram», acredita. Aliás, o presidente da RTSE diz que «se a mesma imagem estivesse presente nos sectores inerentes à agricultura, indústria e comércio, haveria certamente uma outra realidade de crescimento económico na região». Para o responsável, «abre-se um novo futuro para a Serra da Estrela», apontando o PITER – Programa Integrado do Turismo Estruturante e de Base Regional, cuja pré-candidatura, em análise na Direcção-Geral de Turismo, tem uma primeira fase «com um novo conjunto de investimentos maioritariamente privados que atinge os 125 milhões de euros». Para o próximo ano prevê uma segunda fase com um volume de investimento «previsivelmente» ainda maior, garante.

Números que o levam a augurar que os próximos anos vão ser decisivos para a «mudança definitiva no atractivo da região», atendendo a um conjunto de projectos liderados por privados, pelos municípios ou pela própria Região de Turismo. A nível dos empresários privados, Patrão adianta que 450 estão a ser acompanhados pelo Gabinete de Apoio ao Investidor criado na RTSE, estrutura que tem sido de «relevância determinante». O recandidato divide os investimentos para o próximo mandato em quatro áreas estratégicas: neve e montanha, turismo cultural, em que se prevê a abertura de novos museus, equipamentos estratégicos e alojamento hoteleiro – está prevista a abertura de uma série de unidades hoteleiras em diversos concelhos. Em relação ao primeiro ponto, a qualificação/ampliação da estância de esqui da Torre e a colocação das telecabinas assumem especial importância. Quanto aos equipamentos estratégicos, Jorge Patrão pensa que as infraestruturas aeroportuárias de lazer ou de complemento turístico «a concretizar», como a da qualificação do aeródromo de Seia, a construção do do Alto de Leomil ou do aeroporto regional da Covilhã, podem «abrir perspectivas de apoio ou portas para novas tipologias de turismo».

Ricardo Cordeiro

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