“Património Rural/Paisagens Culturais” é tema escolhido para assinalar, no domingo, o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios. A iniciativa do ICOMOS (Conselho Internacional dos Monumentos e Sítios) inclui várias actividades na região com o apoio do IGESPAR (Instituto de Gestão do Património Arquitectónico e Arqueológico), autarquias e outras entidades. Este dia celebra-se desde 1982, ano em que foi instituído pelo ICOMOS e aprovado pela UNESCO, com o objectivo de dar visibilidade aos monumentos e sítios arqueológicos.
Em Belmonte, a efeméride é evocada com a IV Caminhada pela História, entre o castelo, a Igreja de S. Tiago, o convento N. Sra. da Esperança, o castro da Chandeirinha e a Quinta da Fórnea. O percurso permite conhecer locais de diferentes épocas de forma a sensibilizar a população para o património municipal. A iniciativa é promovida pela Câmara, com inscrições limitadas e cujo prazo termina hoje. Em Celorico da Beira, há visitas guiadas à Casa do Mundo Rural e a uma queijaria, ambas na freguesia de Prados, mas também a um moinho de água na Rapa, localidade onde se fará ainda uma demonstração do fabrico tradicional de pão e alguns bolos no forno comunitário. O programa decorre durante a manhã, numa organização do município. Na Covilhã é a Secção Regional do Sul da Ordem dos Arquitectos que propõe uma visita à Tapada do Dr. António, na encosta da Serra da Estrela. O local tem sido o epicentro de uma polémica com a autarquia por causa do projecto de construção de uma barragem, tendo os seus proprietários, herdeiros da família Alçada Baptista, solicitado a sua classificação como “conjunto/sítio de interesse público” ao IGESPAR.
O lugar acolheu o grupo de “O Tempo e o Modo”, e onde António Alçada Baptista escreveu “Peregrinação Interior” e José Cardoso Pires “O Delfim”, será explicado por Michel Toussaint e Luís Alçada Baptista. A participação é livre e gratuita, mas sujeita a inscrição prévia para o mail secretaria4@oasrs.org.. O Dia Internacional dos Sítios e Monumentos também se evoca em Fornos de Algodres com a quinta edição das Jornadas de Etnobotânica. Trata-se de um fim-de-semana totalmente dedicado à fruição e conhecimento do património rural, nomeadamente ao potencial gastronómico das urtigas, e das paisagens culturais daquele concelho, numa organização da edilidade local e da Confraria da Urtiga. No Fundão, realiza-se uma caminhada eco-arqueológica pelas encostas da Serra da Gardunha para descobrir o seu património da proto-história e da antiguidade, mas também as cerejeiras em flor. A iniciativa, promovida pela Câmara e o Museu Arqueológico, desenrola-se na Quinta do Ouro, Pedra d´Hera, Castro de S. Brás, via romana e no Palácio do Picadeiro (Alpedrinha).
“A Bicicleta da República”
Em Pinhel, o município delineou um percurso histórico-artístico pelas ermidas da Sra. da Torre, Senhor das Fontes, Sra. da Alagoa e Sra. da Menina. A visita está limitada a 26 pessoas, mediante inscrição prévia nos serviços da autarquia. Ali ao lado, a Câmara de Trancoso abre as portas do castelo tendo como guias os arqueólogos Maria do Céu e João Lobão e o arquitecto Gonçalo Byrne, autor do projecto de consolidação e valorização deste Monumento Nacional. Mais a Norte, Vila Nova de Foz Côa exibe os seus dois Patrimónios da Humanidade com visitas ao núcleo de arte rupestre da Canada do Inferno e ao Douro Vinhateiro. A iniciativa é limitada a 40 participantes, sendo que as inscrições terminam hoje no Parque Arqueológico do Vale do Côa. Ainda neste município, a Junta de Freixo de Numão programou uma visita guiada ao património da freguesia e à Quinta do Vesúvio, além da exposição “(Re)viver o passado”. No sábado à tarde (às 16 e 18 horas), o salão da Junta acolhe a peça “A Bicicleta da República”, a propósito do Centenário da República portuguesa. O espectáculo centra-se numa mulher que conta a história da transição da Monarquia para a República. A concepção e interpretação são de Suzana Branco.
Luis Martins