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Rota Judaica na Beira Interior

Castelo Branco, Covilhã e Guarda são algumas das cidades que integram a rota

O Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) vai promover uma Rota Judaica da Beira Interior. Esta iniciativa irá contemplar um percurso por várias cidades e vilas da região.

Do distrito de Castelo Branco constarão Belmonte, Covilhã, Fundão, Penamacor, Idanha-a-Nova, entre outras localidades que possam ser relevantes para esta temática. No distrito da Guarda, a cidade mais alta, Trancoso, Celorico da Beira, Castelo Rodrigo, Castelo Mendo, Linhares da Beira, Marialva, Foz Côa e Sabugal serão outros locais a integrar a rota. O director da delegação do IPPAR de Castelo Branco, José Afonso, salienta que o projecto exige ainda «muita investigação e inventariação de todo o património judaico da Beira Interior», realçando que «é fundamental trabalhar em parceria com as respectivas autarquias». Assim, após um estudo mais profundo da cultura judaica, José Afonso espera que a informação recolhida possa ser transposta para guias e DVD’s, por forma a chegar «ao maior número de pessoas possível e dar a conhecer a cultura judaica na região». O projecto já arrancou, estando o IPPAR a tentar identificar o património judaico existente em colaboração com as várias autarquias da região.

Por enquanto, o responsável prefere não adiantar datas para a conclusão deste projecto, mas sublinha que o IPPAR está a preparar os projectos de forma a apresentar uma candidatura ao Quadro de Referência Nacional Estratégico (QREN). Segundo José Afonso, a comunidade judaica na Beira Interior terá aumentado cerca de 60 por cento na época dos Descobrimentos graças à vinda de judeus de Espanha. Esse fluxo marcou «profundamente o urbanismo e a arquitectura» portuguesa, acredita. No século XV, a Guarda, e principalmente a Covilhã, tinham das maiores comunidades judaicas em Portugal. Os judeus dedicavam-se fundamentalmente ao comércio e ao artesanato, mas também às actividades agrícolas, destacando-se na Serra da Estrela pela produção de vinho e azeite, tendo sido também impulsionadores fundamentais da indústria dos lanifícios na região.

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