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Rota dos Vinhos da Beira Interior quase pronta

Anteprojecto dos estatutos deverá estar pronto até Novembro para que «se veja alguma coisa» no final do ano, diz João Pedro Esteves

O presidente da Comissão Vitivinícola Regional da Beira Interior (CVRBI) garante que até ao final deste mês o anteprojecto dos estatutos da futura Rota dos Vinhos da região será apresentado a todos os aderentes para serem posteriormente criados os órgãos sociais e lavrada a escritura pública desta nova associação. João Pedro Esteves explica a “O Interior” que cada participante terá que opinar sobre as “regras” e «dizer o que deve ser feito» para que a rota entre em funcionamento em toda a Beira Interior «o mais rapidamente possível».

São muitos os interessados em pôr em marcha esta iniciativa que contará com a colaboração de produtores e engarrafadores particulares, bem como das adegas cooperativas dos distritos da Guarda e Castelo Branco. Para poderem ser associados deste novo organismo, os participantes terão que cumprir algumas normas exigidas pela legislação que rege as rotas dos vinhos em Portugal. Entre esses princípios está a exigência de possuírem instalações próprias com uma sala de prova, um posto de vendas e instalações sanitárias «conformes à lei», realça João Pedro Esteves. Espaços normalmente encontrados nas adegas cooperativas mas não tanto nas habitações dos produtores particulares, que terão que fazer algum investimento para alterar a estrutura dos seus imóveis. Mas «eles estão muito interessados», constata o responsável pela CVRBI, revelando que tem havido «boa recepção» e «muita vontade» para iniciar a rota.

Ainda assim, a entrada em funcionamento deste percurso de descoberta dos vinhos da Beira Interior depende apenas da «vontade» dos intervenientes, pelo que João Pedro Esteves espera que até ao final do ano «se veja alguma coisa». Para já, apenas os produtores e engarrafadores e as adegas cooperativas entrarão nesta “caminhada”, mas numa fase posterior a Comissão Vitivinícola espera poder contar também com a participação da Região de Turismo da Serra da Estrela, câmaras municipais de todos os concelhos dos distritos guardense e albicastrense e ainda de todas as associações e instituições culturais que quiserem associar-se a esta iniciativa inédita na região. «Não queremos ter o vinho só por si», explica o presidente da CVRBI, para quem também será importante divulgar as vertentes cultural, patrimonial, arquitectónica e histórica da Beira Interior. «Temos muitas coisas ricas que vamos conjugar com o vinho», garante João Pedro Esteves, exemplificando com algumas vilas medievais (Almeida, Sabugal, Belmonte, Trancoso), Aldeias Históricas e outras riquezas locais. «Vamos dar a conhecer tudo», afiança o responsável, porque «quem nos visita não quer só o produto mas conhecer a região», continua Esteves, salientando que «todos temos a ganhar porque vamos ter muita gente a visitar-nos». O responsável não descura ainda a hipótese de empresários de hotelaria e restauração poderem vir a associar-se ao projecto, mas a sua participação «dependerá da decisão dos sócios», conclui.

Rita Lopes

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