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Rota da lã reconstituída na Beira Interior

Investigação liderada pelo Museu de Lanifícios vai ser publicada em Dezembro

Mais de mil locais de interesse para a história dos lanifícios foram identificados no âmbito de um projecto transfronteiriço coordenado pelo Museu de Lanifícios da Universidade da Beira Interior, que pretende reconstituir a Rota da Lã.

Segundo Elisa Pinheiro, directora do museu, no final do ano o trabalho vai dar origem a uma publicação científica que no futuro poderá potenciar roteiros e actividades de promoção turística. O projecto Rota da Lã – Translana abrange a Beira Interior e parte da Extremadura espanhola, sendo apoiado por fundos comunitários. Há cerca de um século, «havia lã que era lavada em Cáceres e depois transportada para fábricas da Covilhã, onde era transformada», adiantou Elisa Pinheiro. De acordo com a investigadora, o trabalho pretende aprofundar os estudos e estender a rota até à Andaluzia (Sul de Espanha) e ao Porto, ligando caminhos de pastorícia ao destino dos produtos laneiros. «Queremos candidatar esta grande rota à categoria de Itinerário Cultural Europeu», acrescentou, revelando ter já sido registada a marca “Rota da Lã – Translana”. Juntamente com a UBI, são seus titulares a Câmara da Covilhã, o Instituto da Conservação da Natureza e o Consorcio Museo Vostell de Cáceres (Espanha).

O levantamento já realizado, coligido em três grandes volumes disponíveis no Museu de Lanifícios, inclui descrições, fotografias e identificação geográfica de 377 unidades fabris (126 das quais na Covilhã), mais de 100 caminhos da transumância e cerca de 700 outros testemunhos patrimoniais (bebedouros, tanques, locais dedicados à pecuária, entre outros). Para já, o museu tem disponíveis ao público alguns mapas e desdobráveis sobre esta rota e parte das centenas de locais de interesse à sua volta. Mas Elisa Pinheiro espera que a sua dinamização turística seja incrementada depois de publicada a obra científica que sistematizará este levantamento e que deverá ser lançada em Dezembro.

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