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Romano por um dia

Professores, alunos e funcionários da Escola Básica 2/3 do Teixoso reconstituíram época romana

Professores, alunos e funcionários da Escola Básica 2/3 do Teixoso viveram, por um dia, a experiência de serem romanos por ocasião da actividade final do ano escolar “Se eu fosse romano….”. Toda a escola, e até a comunidade, esteve envolvida ao longo do ano na reconstituição dos tempos romanos. No total, estiveram trajadas 350 pessoas.

Não faltou nada à iniciativa. Roupas a rigor, danças e músicas da época, venda de escravos, luta entre gladiadores, gastronomia romana e, até, a representação de um casamento e funeral romanos. O recinto da escola, onde decorreu a iniciativa, também viajou no tempo. Havia tabernas de comes e bebes, um panteão e a reconstituição de um Domus – casas particulares onde viviam os cidadãos mais ricos – com as suas características mais significativas: jardim interno, um atrium, quartos muito pequenos, sem janelas e com espaço apenas para uma cama, entre outras comodidades, como um escritório. O mítico circo, onde decorriam as actividades lúdicas e de entretenimento do imperador e do povo, também não faltou neste cenário, que contemplou ainda a famosa arquitectura romana com os seus arcos triunfais e os pilares circulares. A iniciativa, que envolveu toda a escola, mas cuja ideia partiu do departamento de Ciências Sociais e Humanas, nomeadamente dos professores de História e História e Geografia de Portugal, pretendeu reconstituir as «actividades mais representativas do Império Romano na Lusitânia», explicou João Camurça, professor de História e um dos organizadores.

Exemplo disso foi a representação das danças com escravas que, na época, serviam para entreter o dia numa família, ou a dança histórica de Roma com Rómulo e Remo. Uma proposta que necessitou de «muita pesquisa e trabalho» de alunos e docentes, salienta João Camurça, trajando de imperador. As “aulas vivas” na Escola Básica 2/3 do Teixoso já não são novidade para a população. Nos últimos anos, a comunidade escolar já reconstituiu a época grega com jantares e jogos olímpicos, reviveu o século XVIII, uma feira quinhentista e a Idade Média. Ainda em Março passado, a escola promoveu um jantar romano para entrar no espírito desta actividade final. «Agora falta representar o século XIX e a Pré-História», ironiza o docente. Outro dos possíveis desafios passa pela reconstituição da viagem inaugural da Linha da Beira Baixa pelo rei D. Carlos e a Rainha D. Amélia. Aconteceu a 6 de Setembro de 1891, entre Abrantes e a Covilhã.

Para João Camurça, este tipo de iniciativas é uma forma de «entusiasmar os alunos» para os acontecimentos históricos. «Assim aprendem muito mais e ao longo de todo o ano», garante. Opinião partilhada por Sofia Mendes, vice-presidente do conselho executivo, para quem o acontecimento é uma «motivação acrescida para os alunos, pois revivem o que aprenderam na sala de aula». E isso foi bem visível ao longo do dia. Os alunos levaram bem a sério os papéis. Só o funeral, já quase no fim da actividade, é que originou algum riso, motivado pela imitação do choro. O evento é ainda uma forma de partilhar o «trabalho escolar com a comunidade local», refere, recordando que as iniciativas são realizadas, por norma, no centro da vila.

Liliana Correia

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