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“Revolução” na Câmara da Covilhã

Alçada Rosa suspendeu mandato, Joaquim Matias abdicou dos pelouros, Luís Barreiros regressa ao executivo e Paulo Rosa vai para adjunto de Pinto

Muda-se de ano, mudam-se vereadores na Câmara da Covilhã, que a partir de amanhã passará a ter “caras novas” no executivo e em alguns cargos camarários.

Como já vinha sendo especulado há algum tempo, Alçada Rosa vai mesmo abandonar o executivo camarário. O vice-presidente da autarquia, cujas funções desempenhou durante os dois últimos mandatos de Carlos Pinto, já suspendeu o mandato, alegando «motivos particulares». «Vou-me ausentar por diversas vezes da Covilhã, pelo que não será possível exercer as funções», disse a “O Interior” Alçada Rosa, acrescentando que essa é a «única razão» da sua saída da autarquia covilhanense. No entanto, a sua saída não constitui surpresa para muitos covilhanenses, visto que Alçada Rosa manifestou por diversas vezes no mandato anterior que não estava interessado em se recandidatar. Ainda assim, decidiu integrar a lista de Carlos Pinto como número dois nestas últimas autárquicas. Desta forma, Vítor Marques – que ocupou o terceiro lugar na lista do PSD – passará a desempenhar as funções de vice-presidente, aliando ainda aos pelouros das Obras e das Freguesias. Com a saída de Alçada Rosa, Luís Barreiros regressa ao executivo para se inteirar das pastas da Administração e Finanças. Recorde-se que ao não ser eleito para a Câmara nas últimas autárquicas, o executivo decidiu nomeá-lo como chefe de gabinete. Um cargo que, aliás, tinha ocupado entre 1997 e 2001, mas que será extinto de novo.

Também Joaquim Matias, vereador responsável pela Educação, Acção Social, Saúde, Desporto e Associativismo, parece não estar disponível para assumir tantas responsabilidades. Alegando estar «indisponível para continuar como vereador a tempo inteiro», Joaquim Matias entregou na última segunda-feira todos os pelouros que mantinha a Carlos Pinto. «Preciso de descansar», explicou a “O Interior”, acrescentando ainda que «não estão reunidas as condições para continuar a exercer o cargo com responsabilidades». Acima de tudo falta-lhe «predisposição para continuar» a exercer o cargo a tempo inteiro, afirmou, adiantando no entanto que irá «continuar no executivo como vereador, mas sem pelouros». «Vou estar na Câmara a dar o meu contributo e a apoiar as pessoas que integraram a lista em que concorri», salientou. Mas deixa bem assente que não pensa em retomar pelouros no futuro: «Já tenho 12 anos de Câmara e já dei muito de mim à cidade. Agora está na hora de cuidar de mim e da minha saúde», frisou.

Outra das mudanças verificadas é a entrada de Paulo Rosa, presidente do Grupo Desportivo da Mata, para o lugar de adjunto do presidente da edilidade. Questionado sobre as mudanças no executivo e em alguns lugares camarários, Carlos Pinto limitou-se a afirmar que se tratam de «arranjos internos para melhorar a produção da Câmara». Para o edil não se tratam de alterações repentinas, até porque foi ele que originou as mudanças no executivo para «afinar a máquina» camarária, adiantando apenas que não haverá falta de dinamismo pois os pelouros que estavam na responsabilidade de Joaquim Matias já foram entretanto distribuídos pelos restantes vereadores.

De resto, de recordar ainda que Victor Pereira, eleito pelo PS, suspendeu na última terça-feira o mandato de vereador por um período de 180 dias para poder «recuperar todo o trabalho» que possui enquanto deputado na Assembleia da República. «Depois regresso à Câmara», assegurou. Até lá, será substituído por Armando Serra dos Reis durante esse tempo.

Liliana Correia

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