Está disponível para consulta pública até 3 de março o estudo de impacte ambiental (EIA) do projeto de requalificação da Estância de Esqui da Serra da Estrela, uma intervenção cujo proponente é a Turistrela, concessionária do turismo. Para além de poderem ser consultados nas Câmaras de Seia e de Manteigas, os documentos estão ainda disponíveis na Agência Portuguesa do Ambiente e na Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro.
O EIA, a que O INTERIOR teve acesso e que foi efetuado pela Ideia Verde – Arquitetura Paisagista para a Turistrela, frisa que uma intervenção realizada em 2003 na estância visou «principalmente a instalação de uma telecadeira e de um edifício de apoio à estância», enquanto que os tele-esquis existentes foram mantidos, tendo sofrido apenas «alguns melhoramentos ao nível de cabos, por questões de segurança e de aspeto em geral». Deste modo, «surgiram algumas questões pertinentes no sentido de melhorar e aperfeiçoar o serviço prestado aos utilizadores», ao passo que os meios mecânicos de transporte dos utilizadores estão «ultrapassados em termos de capacidade de transporte, gerando grandes filas de espera». Por outro lado, a experiência adquirida demonstrou também «falhas ao nível da área esquiável, sendo importante requalificá-la de modo a proporcionar uma maior atratividade e conforto aos utilizadores». De resto, as atuais pistas «não são longas nem oferecem grandes dificuldades aos utilizadores o que, na opinião dos mesmos, se torna desmotivador». Neste sentido, o documento salienta que o objetivo do projeto de requalificação é fazer com que a estância «possua meios mecânicos e oferta de serviços equiparáveis a outras, de modo a captar os utilizadores, evitando que os mesmos se dirijam para outras estâncias europeias, nomeadamente espanholas, como acontece atualmente».
Com o projeto em estudo, a estância «terá uma nova dinâmica, será mais atrativa e com maiores potencialidades ao nível do desporto praticado», o que fará com que se torne «um destino cada vez mais válido para a prática de desportos de inverno e um espaço turístico de referência nacional». O EIA esclarece que «não se pretende o aumento da área da estância de esqui, mas sim a requalificação dos meios mecânicos e da área esquiável, através do melhoramento e aperfeiçoamento dos seus equipamentos». Assim, pretende-se eliminar dois tele-esquis e substitui-los por uma telecadeira, com capacidade de transporte de 1.800 pessoas por hora a uma velocidade média de 2,3 metros por segundo, alterar o posicionamento da Pista Escola ou do Cântaro e eliminar o tele-esqui escola, substituindo-o por um tapete rolante amovível. Alterações que «permitirão áreas esquiáveis com melhores características para a prática do esqui, com melhoria em termos de área, largura, comprimento das pistas e diversidade de situações», bem como «uma melhoria significativa no transporte dos esquiadores devido ao maior débito conseguido com a instalação da telecadeira e um maior conforto e motivação dos utilizadores».
Contactado por O INTERIOR, Artur Costa Pais, administrador da Turistrela, frisa que a concessionária está a proceder «tranquilamente», a atuar «dentro da lei» e «sem qualquer pressa». Por sua vez, o presidente da Junta de Freguesia de Loriga, onde se situa a maior parte da estância, indica que técnicos da CCDRC vão reunir com o executivo no dia 22 para explicar o projeto de forma mais pormenorizada e só depois desse encontro é que será tomada uma decisão. Contudo, António Maurício adianta que «em princípio desde que esteja tudo dentro da legalidade e seja benéfico para a freguesia não colocaremos entraves», assegura. No processo de consulta pública serão consideradas e apreciadas todas as exposições apresentadas por escrito ao presidente da CCDRC. A declaração de impacte ambiental deverá ser emitida pelo secretário de Estado do Ambiente até 16 de maio.
Ricardo Cordeiro 
