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Rendas sociais “congeladas” na Covilhã

Aumento do valor mínimo, de 45 para 50 euros, só vai entrar em vigor a partir de Janeiro do próximo ano

A Câmara da Covilhã suspendeu o aumento da renda mínima de habitação social, previsto nas últimas semanas e que devia entrar em vigor no início deste mês. Assim sendo, o valor mínimo passa de 45 para 50 euros só a partir de Janeiro de 2011.

«Verificou-se que as pessoas estão a atravessar um péssimo momento a nível económico. A autarquia foi sensível a essa situação e resolveu suspender uma decisão que tinha tomado», disse a O INTERIOR o vereador com o pelouro da Acção Social e Saúde. Paulo Rosa sublinhou ainda que a decisão foi tomada porque «o momento actual é bastante difícil e as pessoas têm imensas dificuldades em conseguir fazer face às suas despesas». Esta medida vai beneficiar 295 dos 700 agregados familiares que beneficiam deste apoio. O vereador explicou ainda que as actualizações dos restantes escalões serão efectuadas «ainda este ano», até porque estes «são feitos com base nos rendimentos e não fazia sentido estar-se a tomar esta medida, que é só mesmo para as pessoas que necessitam», esclareceu. Segundo Paulo Rosa, «a Câmara da Covilhã tem sido sensível à questão social e temos em marcha muitos projectos de auxílio às pessoas mais necessitadas».

O autarca afirmou que «compete agora ao Governo ser sensível à dificuldade das pessoas, o que não está a acontecer, pois verifica-se precisamente o contrário». Criticando algumas medidas do Executivo de José Sócrates, Paulo Rosa diz estarem «a ser retiradas às Câmaras verbas substanciais e importantes para o seu funcionamento, mas a autarquia da Covilhã não pode cortar receitas fundamentais à sua sobrevivência. De diversas formas fazemos sentir isso, tal como todo o país, mas os ouvidos continuam a ser de “mercador”», critica. O vereador mostrou-se ainda «muito preocupado» com a situação social actual. «Estamos a atravessar um grave momento, nomeadamente ao nível das pessoas que não têm nada, que estão a ser cada vez mais penalizadas e não se compreende», considerou. Para Paulo Rosa, Portugal está «a caminhar para ser um país com ricos e pobres, onde a classe média tende a desaparecer, o que é assustador porque ela é o sustentáculo da sociedade e da própria economia».

Rafael Mangana Autarquia acedeu ao pedido de adiamento por parte dos beneficiários

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