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Remodelação do Hospital da Guarda a concurso até final do ano

Fernando Girão acredita que obras de modernização e ampliação avançam dentro de um ano

A abertura do concurso para as obras de modernização e ampliação do Hospital da Guarda deverá acontecer até final deste ano, o mais tardar até princípios de 2006. Na última semana, a administração do Sousa Martins e o Instituto Português do Património Arquitectónico (IPPAR) estabeleceram, por escrito, as respectivas obrigações da cada parte, tendo sido já dada “luz verde” ao arquitecto para arrancar em força na definição do projecto. Deste modo, Fernando Girão, director do Hospital da Guarda, acredita que os trabalhos, que deverão ter um custo superior a 35 milhões de euros, poderão avançar dentro de um ano.

Fernando Girão mostra-se «convicto de que, muito mais depressa do que aquilo que pensava, vamos ter obra e toda a estrutura hospitalar a mexer», rejubila. As características próprias da zona onde está inserido o hospital e o facto de «toda a sua estrutura ter algum valor arquitectónico» são para o director do Hospital da Guarda um «privilégio», garantindo que não vê o IPPAR ou a conservação do património «como uma coisa má». Assim não vê «qualquer entrave» no facto dos pavilhões Rainha D. Amélia e D. António de Lencastre estarem «em vias de» classificação como imóveis de interesse público. Assim, a «traça própria» dos edifícios vai ser mantida, nomeadamente as suas fachadas. De resto, o que se fez no processo de há um mês a esta parte foi «sedimentar, muito bem por escrito» os deveres de cada parte envolvida no processo, isto porque «não vale a pena estarmos com conversas ou reuniões onde nada fique escrito», sob pena de tudo vir a ser alterado e do processo se arrastar «eternamente». Assim, estas reuniões foram «importantes», já que serviram para «saber até onde é que se pode ir e com o que se pode contar», indica. No encontro com o IPPAR, realizado na quarta-feira da semana passada, foi assinada uma acta de reunião, «onde está bem explícito o que é para preservar e o que não tem valor arquitectónico», frisa.

A abertura do concurso das obras de remodelação do Hospital «acontecerá logo que o arquitecto entregue o projecto. Gostava muito que isso acontecesse no princípio de 2006 ou mesmo até final deste ano – Novembro ou Dezembro», acredita Fernando Girão. Neste momento, existe já uma maquete por parte do arquitecto Ilídio Pelicano, da empresa Aripa (Lisboa), mas baseada apenas em estudos prévios. Deste modo, «ainda são situações de esboços», até porque só a partir da quarta-feira da semana passada «é que foi dada ordem ao arquitecto para começar em força e em pleno com o projecto», realça. Quanto ao arranque da empreitada, o director do Sousa Martins quer que os trabalhos já estejam em andamento «daqui a um ano», sendo que «é necessário, obrigatoriamente, que haja uma intervenção o mais rápido possível. Contudo, ressalva que é necessário estudar «muito bem» a situação, uma vez que a unidade hospitalar «não poder parar», daí o faseamento da obra ter que ser devidamente equacionado.

Consulta Externa muda para edifício novo

Em relação às obras propriamente ditas, apesar de ainda não haver um projecto definitivo, Fernando Girão adianta que «vão ser construídos dois novos blocos de raíz» mas que, muito provavelmente, ficarão «ligados em “L”», de modo a possibilitar uma «melhor rentabilização do espaço e dos recursos humanos». Para este novo edifício, a construir na zona das traseiras da Capela, próximo do Centro de Saúde Mental, será transferido o serviço de Consulta Externa, que deixa assim espaço livre à ampliação da área das Urgências e, possivelmente, dos exames complementares. Por outro lado, existem serviços que «provavelmente» irão mudar de local, sempre na perspectiva de garantir uma melhor gestão de recursos, quer físicos, quer humanos. «Se o banco de Urgências continuar onde está tem toda a conveniência a Obstetrícia ir para lá também para não estar tão longe, mas é uma coisa que ainda não está completamente definida», admite. No bloco principal vão continuar os serviços de internamento.

Ricardo Cordeiro

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