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Relvados, portadas e gasparadas

Extremo Acidental

O governo anda a perder peças. Tal como Vítor Gaspar justificou o abrandamento da economia com o aumento da pluviosidade, eu explico a queda de ministros com a subida da temperatura. Veio primeira vaga de calor depois de Maduro e os gomos do governo começaram a desfazer-se.

Segundo as minhas pesquisas, o ministro é um fruto sensível à chuva e ao calor. É uma espécie que requer muito tratamento. Embora se dê habitualmente mal com perguntas e esclarecimentos, necessita ser pulverizado várias vezes por semana para não criar relvas daninhas no pomar da democracia. É uma espécie de planta trepadeira conhecida pelo povo como “sacanus chupisti” ou “chulus filiputi” e pelas elites como Calisto Elói ou simplesmente “meu caro amigo”.

À hora que escrevo não é possível prever o estado de liquefacção do governo na altura em que os leitores travarem conhecimento com este texto. Mas provavelmente esse não é tema que preocupe os leitores, caso contrário estariam a ler notícias e artigos sérios sobre o assunto.

O governo, de tão mole, já só serve para fazer batidos. Mas a fruta podre tem a desvantagem de proporcionar cólicas e idas à casa de banho. Com a merda que este governo tem feito, esperemos que não transforme o país todo numa grande caganeira.

PS: Recebi uma carta simpática e bem humorada do Presidente das Estradas de Portugal. Explicou-me que as portagens não são devidas à Ascendi mas do Estado e por isso devem as Finanças cobrar aquelas que estejam em falta. Talvez seja justo e legal, mas com este anormal índice de demissões de ministros nem tive tempo para reflectir sobre esta taxa. Mas lembrei-me de D. João II, que se queixou de apenas ser Rei das Estradas de Portugal, enquanto tudo o resto fora entregue à nobreza feudal.

Por: Nuno Amaral Jerónimo

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