O distrito da Guarda e a Cova da Beira registaram um aumento de 1.296 desempregados em comparação com o período homólogo do ano passado. De acordo com dados disponíveis no portal do Instituto do Emprego e Formação Profissional, no final de Fevereiro, a Covilhã era o concelho com mais desempregados, mas foi o da Guarda que teve o maior incremento em relação a 2008 com quase 300 novas pessoas sem trabalho.
O Centro de Emprego da Covilhã – de que fazem ainda parte os concelhos de Belmonte, Fundão e Penamacor – é também o que tinha mais desempregados inscritos no final de Fevereiro, num total de 5.161 pessoas, contra 4.660 na mesma altura de 2008. A maior fatia é oriunda do concelho covilhanense, sendo de 3.241 actualmente, mais 213 indivíduos que no ano passado. Segue-se o Fundão com 1.441 desempregados em Fevereiro, o que representa um aumento de 196 pessoas em relação ao período homólogo de 2008. Quanto aos municípios de Belmonte e Penamacor, as subidas não são tão significativas, sendo, respectivamente, de 256 para 334 e de 131 para 145. Maria do Céu Mendes, directora do Centro de Emprego da Covilhã, constata que «houve algumas pequenas e médias empresas, de vários sectores, que encerraram», uma situação provocada pelas «causas nacionais e internacionais que toda a gente conhece e que estão relacionadas com a crise económica» e que, no seu entender, explicam o número de desempregados no concelho.
Manteigas tem menos 30 inscritos
Já o Centro de Emprego da Guarda abrange os concelhos de Aguiar da Beira, Celorico da Beira, Fornos de Algodres, Guarda, Manteigas e Sabugal, contabilizando 3.256 inscritos à procura de emprego, quando em 2008 eram 2.969. De resto, o município da capital de distrito é aquele que regista um maior aumento de desempregados em termos absolutos, sendo de 2.012 em 2009, mais 295 que no ano passado, quando eram 1.717. Em relação ao Sabugal (299 e 289), Aguiar da Beira (195 e 184) e Celorico da Beira (282 e 276) verificaram-se aumentos pouco significativos no período em análise. No sentido inverso, Manteigas e Fornos de Algodres apresentam uma evolução positiva de diminuição de desempregados, o que contraria a tendência registada na região. No primeiro caso há menos 30 inscritos (252 em 2008 e 222 em 2009) e no segundo a variação é de 251 para 246.
Confrontado com os dados referentes à Guarda e Manteigas, respectivamente o que aumentou e o que diminuiu mais na região, o director do Centro de Emprego da Guarda adianta possíveis causas para estes dados. Assim, a redução de 30 inscritos em Manteigas «não é fruto da criação de emprego, mas da saída de pessoas para trabalharem na Guarda, Angola ou noutros países», refere Armando Reis. Já no caso da capital de distrito, o responsável reconhece que «tem havido pessoas a ficar sem emprego», mas também se tem assistido a indivíduos que «estavam sem emprego e que não estavam inscritos». Por outro lado, têm chegado diariamente «pedidos de transferência» de outros centros para o da Guarda, um fenómeno que poderá, «se calhar, ter a ver com a abertura do “retail park”», adianta, indicando que no ano passado aconteceu a mesma situação antes da inauguração do Vivaci. Ou seja, «embora o desemprego aumente, há uma perspectiva de criação de emprego», reforçou.
Mêda é o concelho com menos desempregados na região
Por seu turno, o Centro de Emprego de Seia, que integra ainda o concelho de Gouveia, tem 2.303 inscritos. Na cidade senense, verificou-se um incremento de 57 desempregados de 2008 para 2009, enquanto que na “cidade-jardim” o aumento foi de 30 pessoas, de 797 para 767. Quanto ao Centro de Pinhel tinha 1.072 inscritos em Fevereiro deste ano, mais 191 que em 2008. Integra os municípios de Almeida, Figueira de Castelo Rodrigo, Mêda e Trancoso, para além do concelho pinhelense que é aquele que apresenta o número mais elevado de inscritos, 401 contra 336 de 2008. Segue-se Trancoso com 218 desempregados, mais 53 que o ano passado, e Figueira de Castelo Rodrigo com 173, mais 48 que em 2008. No caso de Almeida, aumentou de 143 para 169 inscritos no final de Fevereiro. Curiosamente, o concelho da Mêda registou uma diminuição de apenas um desempregado, 112 este ano contra 111 no período homólogo anterior, sendo aquele que regista menos inscritos em termos absolutos. Segundo o director do Centro de Emprego de Pinhel, o número de desempregados na Mêda «é proporcional a um concelho de pequena dimensão», em que «não há criação de emprego, mas também não há grandes despedimentos». Por isso, Américo Paulino defende que o desemprego «relativamente baixo» daquele município tem a ver com «o seu próprio dinamismo», sendo um número «que se mantém estável». Por último, o concelho de Vila Nova de Foz Côa, que está integrado no Centro de Emprego de Torre de Moncorvo, tinha 249 desempregados em Fevereiro, mais 30 inscritos que em 2008.
Ricardo Cordeiro
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