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Região pode ficar sem água em agosto

A Beira Interior e o Alentejo deverão ser as zonas mais afetadas pela seca. Ambas as regiões podem chegar a agosto sem água para as populações se não forem tomadas medidas de imediato, alertou Carlos Martins. «É preciso tomar medidas de contenção de consumos, criar regras e sobretudo alertar para a situação gravíssima que estamos a viver», anunciou o secretário de Estado do Ambiente, em entrevista à TSF.

Em Junho, cerca de 80 por cento de Portugal Continental encontrava-se em situação de seca severa e extrema, revela o boletim climatológico divulgado na quinta-feira pelo Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA). A entidade caracterizou aquele mês como «extremamente quente e muito seco».

Esta situação vai levar o Governo a activar de imediato a Comissão Permanente de Prevenção, Monitorização e Efeitos da Seca, criada há cerca de um mês, e a avançar com um plano de contingência.

Números do Sistema Nacional de Informação mostram que a água existente nas dez albufeiras do Sado fica abaixo 40 por cento ou até nos 20 por cento do seu limite de armazenamento. Dezoito das 60 barragens do país entraram no Verão com menos de metade da água que conseguem armazenar.

Para Carlos Martins, a solução passa por uma reunião com os agricultores dos municípios afectados, que deverá acontecer já na próxima semana.

De acordo com o índice meteorológico de seca revelado pelo IPMA — que tem em conta os dados da quantidade de precipitação, temperatura do ar e capacidade de água disponível no solo —, a 30 de Junho mantinha-se a situação de seca meteorológica em quase todo o território de Portugal continental, verificando-se, em relação a 31 de Maio, um agravamento da intensidade da seca.

Em Abril, a ausência de chuva já dava os primeiros sinais de seca, ainda que sem causar grande impacto na agricultura. No final de Maio, cerca de 70% do território estava na categoria de “seca moderada”. Já em Junho, 72,3% do país encontrava-se em seca severa, enquanto em 7,3% do território se registava seca extrema.

Ainda segundo o IPMA, a Primavera de 2017 foi a terceira mais quente desde 1931, a seguir à de 1977 e 2011.

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