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Regadio alargado à zona norte de Belmonte

Ministério da Agricultura abriu concurso para a construção da rede secundária de rega do Colmeal da Torre num investimento de mais de 900 mil euros

O regadio da Cova da Beira também vai chegar à zona norte do concelho de Belmonte. O Ministério da Agricultura abriu concurso, no início deste mês, para a construção da rede secundária de rega do Colmeal da Torre, um prolongamento do bloco de Belmonte. O preço-base da empreitada é de 900 mil euros, mais IVA, e o prazo de execução de 210 dias (sete meses). O empreendimento vai permitir irrigar uma área com 150 hectares.

Esta obra permitirá «um melhor aproveitamento hidroagrícola das terras do nosso concelho», declarou o presidente do município, para quem a abertura deste procedimento cria «uma enorme expectativa para todos os que ainda querem tirar partido das suas terras e apostam na agricultura no interior do país». António Dias Rocha sublinha mesmo que se trata de um «sinal de esperança», pois Belmonte é um concelho de pequenas propriedades pelo que a extensão do regadio «permitirá servir inúmeras famílias e alimentar uma importante economia familiar e de pequenas e médias empresas». Atualmente, o Aproveitamento Hidroagrícola da Cova da Beira já mobilizou um investimento total atualizado de 320 milhões de euros e serve quase 1.700 agricultores com 12.360 hectares de terrenos em 29 freguesias dos concelhos de Sabugal, Belmonte, Covilhã, Fundão e Penamacor.

Em análise está também a possibilidade de alargamento do regadio para terrenos agrícolas a sul da Serra da Gardunha, no concelho do Fundão. O projeto do Regadio da Cova da Beira tem décadas de recuos na sua história. Considerado como um fator importante para o desenvolvimento da Beira Interior, os primeiros estudos foram efetuados entre 1959 e 1960 mas só na década de 70 é que o processo foi retomado com a realização de estudos de enquadramento e desenvolvimento geral do aproveitamento. Em 1984 foi concluída a construção da barragem da Meimoa, tendo os canais de irrigação para o Bloco da Meimoa entrado em funcionamento a partir de 1990. Três anos depois, os estudos para o aproveitamento do regadio foram retomados com a revisão do projeto da barragem do Sabugal e do circuito hidráulico Sabugal-Meimoa feito em 1978.

Com estes estudos pretendeu-se reavaliar a capacidade de armazenamento criada por aquela barragem, cuja construção foi iniciada em 1997 e concluída em julho de 2000. Só em finais de novembro de 1998 é que foi iniciada a construção do Circuito Hidráulico Sabugal-Meimoa e dois anos depois foi encomendado o projeto das redes secundárias de rega, caminhos e enxugo do bloco de Belmonte e Caria. No entanto, o concurso público internacional para a construção do segundo troço do canal condutor geral e o Reservatório do Monte do Bispo só foi lançado em fevereiro de 2001. No ano seguinte foi lançado o concurso para a conceção e construção do terceiro troço e canal da Capinha. Em junho de 2009, o primeiro-ministro de então José Sócrates abriu as comportas do canal condutor principal do regadio, que tem uma extensão de 61,6 quilómetros. Na mesma cerimónia foi adjudicada a construção dos blocos de rega da Covilhã e Fundão que beneficiariam uma área de 3.664 hectares, cerca de 30 por cento do total que se prevê alcançar com o regadio da Cova da Beira, o segundo maior aproveitamento hidroagrícola do país a seguir ao Alqueva.

Luis Martins Obra permitirá «um melhor aproveitamento das terras do nosso concelho», afirma o presidente da Câmara Dias Rocha

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