A reconstituição da inauguração do Sanatório Sousa Martins pelo rei D. Carlos e a rainha D. Amélia, a 18 de Maio de 1907, vai ser o ponto alto das comemorações do centenário do actual Hospital da Guarda. «Trata-se de um espectáculo de evocação histórica que vai percorrer, no dia 19 de Maio, algumas ruas da cidade de forma a envolver os guardenses na efeméride», adiantou, na semana passada, o director da unidade.
Fernando Girão espera que esta iniciativa recorde aos habitantes que a Guarda «já foi uma cidade da saúde, cujos profissionais têm resistido a vários constrangimentos ao longo dos anos, como a falta de recursos humanos e de melhores instalações. Por isso, que esta efeméride seja também um momento de viragem para o Hospital Sousa Martins». Nesse sentido, o médico recordou a necessidade de «reabilitação urgente» de dois edifícios do antigo Sanatório. Os pavilhões D. Amélia e D. António de Lencastre foram desenhados por Raul Lino, mas estão votados ao abandono há décadas. Contudo, essa tarefa só deverá acontecer após a requalificação do Hospital, orçada em cerca de 40 milhões de euros, e cujo programa funcional foi entregue ao ministro da Saúde na semana passada. Agora, Correia de Campos tem até ao final de Maio para decidir o que vai mudar no Parque da Saúde. Até lá, o governante é esperado na cidade para os festejos do centenário. Baseado em textos de António Godinho e de Hélder Sequeira, também consultor histórico desta produção), o espectáculo é produzido pelo TMG, sob a coordenação de Américo Rodrigues.
Envolve cerca de duas centenas de participantes, entre actores profissionais, músicos e elementos de colectividades do concelho, e tem início na Estação de Caminhos de Ferro, com a chegada do casal Real. Segue-se um percurso desde a Estação, pela Dorna, Rua 31 de Janeiro, Praça Velha, Rua do Comércio, passando pelo Largo da Igreja da Misericórdia até ao Sanatório. Ali actuarão a Banda da Bendada, o Coro de Crianças, que interpretará um hino escrito por Geada Pinto para este espectáculo, e o cantor de ópera Sérgio Martins, acompanhado por Domenico Ricci (piano) e João Pedro Delgado (viola d’Arco). As comemorações incluem ainda encontros científicos e palestras, mas culminarão, a 8, 9 e 10 de Novembro, com o Congresso Nacional de Pneumologia. «É o contributo da Sociedade Portuguesa de Pneumologia para o centenário», disse Luís Ferreira, director clínico.
