Arquivo

Recados ao Próximo Presidente da Câmara

Concordo com o perfil que o Américo Rodrigues (no blogue Café Mondego) acha ser o desejável para o próximo presidente da câmara da Guarda. Não sei se existe alguém com tantas qualidades e temo que tenhamos de nos contentar com bem menos.

Resumiria as qualidades essenciais em poucas ideias, preferindo sobretudo as que tivessem a ver com a honestidade, a inteligência, o sentido de dever e serviço público, o amor à região do candidato, a sua disponibilidade para se sacrificar e trabalhar em prol de todos.

Não há muitos que se encaixem no meu resumo das ideias do Américo. Conheço alguns que se aproximam e que, mesmo falhando, mesmo não correspondendo às expectativas, conseguiriam fazer melhor do que aqueles que os antecederam.

A questão é que acho não ser suficiente preencher o perfil correcto. Muito mais importante, mesmo respeitando apenas alguns dos traços essenciais, são as ideias que o candidato apresente para os muitos problemas da região. E, por favor, não me falem em rotundas ou pavilhões multiusos. Ou em generalidades que, de tão ocas, cabem nos programas de todos os partidos. Todos queremos “desenvolvimento”, “cultura”, “emprego”. O que queremos ouvir são propostas que façam chegar as empresas à região, ou que pelo menos as incentivem a ficar. Ideias sobre como redimensionar a câmara às necessidades do concelho, fazendo com que deixe de ser um sorvedouro de recursos e passe a fazer bem aquilo a que está naturalmente destinada e se afaste de tudo aquilo que não cabe nas suas atribuições.

Precisamos também de alguém que nos explique a razão de, estando nós na confluência das principais vias de comunicação do país, nada ganharmos de especial com isso e quais as ideias que tem para aproveitar esse recurso. Precisamos de ouvir ideias sobre o despovoamento e envelhecimento da região, sobre a fuga dos jovens, sobre o destino do Hospital e do IPG.

Ou então, e em resumo, precisamos hoje de alguém honesto e inteligente a apresentar, não medidas avulsas e pontuais, mas uma estratégia para o futuro.

Por: António Ferreira

Sobre o autor

Leave a Reply