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Reabertura à vista para os Lacticínios da Marofa

Grupo espanhol Lacteos Cobreros prepara-se para comprar a empresa de Figueira de Castelo Rodrigo

A empresa Lacticínios da Marofa, instalada na zona industrial de Figueira de Castelo Rodrigo, encerrada desde Novembro do ano passado, deverá voltar a laborar dentro de pouco tempo. O responsável por esta “boa nova” para o concelho é o grupo espanhol Lacteos Cobreros, da zona de Zamora, que está a negociar com a Caixa Geral de Depósitos (CGD), um dos principais credores da fábrica, a aquisição da unidade.

O presidente da Câmara de Figueira de Castelo Rodrigo, diz-se esperançado na concretização do negócio, recordando que a Lacticínios da Marofa chegou a suscitar o interesse de três empresas, uma dos Açores e duas espanholas, sendo que as negociações estão a prosseguir com a Lacteos Cobreros. «Está a desenvolver todos os contactos para terminar esta negociação com a CGD e penso que os trabalhadores já estarão a ser contactados tendo em vista a retomada de funções», indicou António Edmundo à Rádio Altitude. A autarquia espera que o reinício da laboração ocorra a «breve prazo», embora ressalve que não participou nas negociações. António Edmundo frisa que a agro-indústria assume um papel «muito importante» num concelho com cerca de 30 mil ovelhas, havendo necessidade de escoar «leite de qualidade, transformando aqui e produzindo valor acrescentado para o concelho», sublinha. O edil recorda que o queijo da Marofa chegou a ter «um bom mercado, um bom nome e durante 40 anos foi motivo de alegria para nós, porquanto espalhava o nome da Marofa e de Figueira por todo o país e também nalgumas regiões espanholas», enaltece. E considera «uma grande alegria» voltar a ter emprego neste sector, com mais de 20 trabalhadores, e escoamento para os produtos do concelho: «Caso não houvesse uma fábrica em Figueira, que necessita de muitos litros de leite, estaríamos sujeitos aos preços dos vendedores espanhóis e da Serra da Estrela», salienta.

Neste sentido, a possibilidade do produto ser ali transformado será «importante ao nível da empregabilidade, das relações comerciais, da sustentabilidade e radicação de pessoas no futuro», garante. António Edmundo sempre defendeu que a Lacticínios da Marofa tinha «viabilidade», dado possuir «mercado, produto, saber fazer e uma mão-de-obra qualificada nesta área. Contudo, a continuidade da fábrica, «que era importante a todos os níveis para o nosso concelho», estava dependente de investidores que «ousassem manter este projecto que durante 40 anos laborou e escoou produtos da nossa terra», realça. A Lacticínios da Marofa, fundada em 1964, produzia queijos de ovelha, cabra e vaca, nas qualidades de prato, flamengo e barra. Na altura em que encerrou, a edilidade chegou a mostrar-se disponível para pagar antecipadamente o produto produzido e colocá-lo no mercado através da empresa municipal Figueira Verde. Só que esta intenção revelou-se insuficiente, de acordo com a gestão operativa da fábrica. Na altura, António Edmundo salientou também que a empresa tinha sido alvo de um «grande investimento» de modernização há quatro anos atrás: «Estamos a falar de uma fábrica moderna, com equipamentos de ponta, graças a fundos comunitários e apoios do Governo. Não é uma fábrica obsoleta», sublinhou.

Ricardo Cordeiro

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