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RaiHotel encerra à espera de melhores dias

Maior unidade hoteleira do concelho do Sabugal não resiste à crise e manda 11 trabalhadores para o desemprego a partir de fevereiro

O início de fevereiro representa o fim da linha para o RaiHotel. O maior empreendimento hoteleiro do concelho do Sabugal, situado no centro da cidade, fecha hoje portas e deixa onze pessoas sem trabalho.

O proprietário, Manuel Joaquim Rito, disse a O INTERIOR que encerra a unidade devido à «falta de rentabilidade», mas que «não se trata de uma falência». «Encerramos agora, enquanto podemos liquidar contas com os fornecedores e pagar indemnizações aos trabalhadores, e vamos esperar por melhores dias», declarou o empresário, adiantando que espera reabrir a unidade «em abril ou maio do próximo ano, se a situação o permitir, com a mesma ou com nova gerência». Manuel Rito afirma que esta situação decorre essencialmente da «grave crise económica do país», mas também das portagens nas ex-SCUT. «As portagens fizeram estancar o fluxo turístico na região», queixa-se, acrescentando que «mesmo quem vem em trabalho faz por demorar e gastar o menos possível, e não se hospeda em hotéis».

O proprietário considera ainda que a distância do Sabugal relativamente às autoestradas «acentua a interioridade e afasta os clientes», lamentando a falta de uma «ligação direta à A23». O encerramento do hotel surge pouco antes do Carnaval e numa altura em que o bucho raiano está em destaque, algo que o empresário desvaloriza, sustentado que «isso não traz gente ao concelho e portanto não é motivo para manter as portas abertas. Só no Verão, com os emigrantes, é que isto anima um pouco», garante Manuel Joaquim Rito. De resto, o empresário revela que a taxa de ocupação do Raihotel «atingia os 80 por cento» em agosto, ficando pelos «40 por cento em junho, julho e setembro» e desde o verão que «não ultrapassava os 15 por cento», mas esse cenário «agravou-se acentuadamente nos últimos dois anos».

Situado no edifício mais alto do Sabugal, o RaiHotel tinha a categoria de quatro estrelas, 47 quartos e quatro suites. Foi inaugurado há cerca de dez anos, representando um investimento de 2,5 milhões de euros, e engloba também o restaurante D. Dinis, que dispõe de duas salas para 80 pessoas, e um auditório com capacidade até 400 lugares.

Fábio Gomes Hotel de quatro estrelas foi inaugurado há cerca de dez anos

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