Arquivo

“Rádio Clube da Nora” grava hoje no TMG

Incursões pela pop, jazz e música erudita para revisitar nomes da canção ligeira portuguesa

Um quarteto de cordas, uma vocalista com formação de jazz, a produção de Diogo Cabrita e o trabalho de programação e acústica de João Mascarenhas Faria juntam-se, na Guarda, para construir um projecto um tanto ou quanto invulgar. A ideia base, da autoria de Maria de Fátima Toscano, pretende revisitar a música ligeira portuguesa através de nomes como Fernando Tordo, Paulo de Carvalho, Carlos do Carmo ou Simone de Oliveira, sem esquecer a poesia de Ary dos Santos.

Esta noite, no Teatro Municipal da Guarda (TMG), o grupo “Rádio Clube da Nora” consolida mais uma fase de um projecto iniciado há cerca de um ano com a gravação ao vivo da primeira parte de um disco lançado pela empresa Artez. O trabalho ainda não tem nome, mas promete uma viagem por sonoridades tão diferentes como o jazz, a pop, e o drum’n’bass, onde estão subjacentes arranjos de cordas complexos e incursões pela própria música erudita. Esta diversidade sonora resulta da experiência dos músicos envolvidos, vindos de quadrantes musicais distintos. Para complementar, surge ainda a voz «tímida» e «simples» – é assim que os companheiros de projecto a descrevem – de Daniela Maia. “Rádio Clube da Nora” constitui, por outro lado, a consolidação de uma amizade cujas raízes remontam à Guarda, entre Diogo Cabrita e João Mascarenhas Faria, o que justifica, em parte, a escolha da cidade para a estreia do projecto.

O grupo aposta numa sonoridade eminentemente urbana e no encontro de músicos que disponibilizam as suas experiências nos mais diferentes campos da música. O resultado pretende ser, segundo João Mascarenhas Faria, um trabalho «assumidamente de liberdade criativa». Já Diogo Cabrita, o produtor, classifica a sonoridade dos “Rádio Clube da Nora” como «uma incursão pela pop, com alguns toques de Rodrigo Leão», visíveis sobretudo na «complexidade» dos arranjos de cordas. A continuidade do projecto é, para já, um desejo dos músicos, mas vai depender do “feedback” recebido nos próximos tempos. Por isso, depois de concluída a gravação do disco, esperam ter a oportunidade de dar alguns concertos, o que permitirá, segundo João Mascarenhas, «consolidar o disco». Colocam-se depois duas possibilidades. Partir para um projecto de originais, mantendo a mesma estética, ou continuar com o conceito de revisitação de canções, podendo o projecto vir a «abraçar outros horizontes que não a música portuguesa», acrescenta. Mas para já, o fundamental é conseguir passar a mensagem de que “Rádio Clube da Nora” é sobretudo «um projecto de estilos diversificados».

Sobre o autor

Leave a Reply