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Radão

Mitocôndrias e Quasares

A região da Guarda está a ser alvo de um estudo sobre o impacto no radão na saúde da população. Trata-se de um trabalho multidisciplinar único em Portugal e apenas com um projecto semelhante na Hungria. Deixando para os investigadores a apresentação e discussão público do resultados da investigação, centro este meu texto no radão.

O radão é um gás que faz parte de um grupo de elementos conhecidos por “Gases Nobres” onde se incluem ainda o Hélio, o Néon, o Cripton e o Xénon. Estes gases devido à falta de reactividade, foram denominados “gases inertes” contudo, durante os últimos 30 anos, foram preparados compostos de crípton e especialmente xénon. Embora não se conheçam compostos de hélio, néon ou árgon, estes gases têm um certo número de utilizações importantes. Um dos exemplos mais conhecidos é do é o gás néon usado nas lâmpadas de “néon” .

Mas regressando ao radão, é de salientar que este gás de origem natural é radioactivo, cujos átomos se desintegram originando outros elementos também radioactivos, causando todos eles exposição do Homem às radiações ionizantes. Entre outras propriedades é também um gás inodoro, incolor e insípido e, por isso, não detectável pelos nossos sentidos.

O radão provém das pequenas quantidades de urânio e rádio presentes, em proporções variáveis, na maior parte dos solos e rochas e, consequentemente, em materiais de construção. De um outro modo, podemos dizer que o radão se forma no seio das rochas e materiais de construção por desintegração do 238 U ( que dá origem a uma série de elementos de filiação):-O tório 230 o rádio 226 e o 222Rn. Devido às suas propriedades, passa facilmente nos fluidos, (ar ou água). Depois mediante um processo de difusão entra na constituição da atmosfera, com os seus descendentes, devido à conjunção de vários mecanismos e fenómenos físicos sobre as moléculas e partículas ultramicroscópicas acabando por vir a ser inalado sob a forma de aerossol atmosférico.

Nos solos e rochas, a distribuição do urânio e rádio não é uniforme. As concentrações mais elevadas ocorrem, usualmente, em rochas graníticas (plutónicas) sendo mais baixas em rochas sedimentares como os calcários. A libertação de radão para a atmosfera (exalação) está ainda condicionada pela permeabilidade e porosidade dos solos e rochas.

Parâmetros meteorológicos, como a pressão atmosférica, humidade e temperatura, também influenciam a exalação do radão.

Em termos de saúde podemos verificar que o radão é o principal contribuinte para a exposição da população às radiações ionizantes, de origem natural e artificial. O risco radiológico associado ao radão, deve-se sobretudo aos seus descendentes sólidos (polónio, bismuto, chumbo) formados no ar e que, ao serem inalados irradiam os tecidos do pulmão. Os danos provocados nos tecidos pulmonares pelas radiações emitidas podem induzir o desenvolvimento de um cancro.

Esperemos então por apresentação dos resultados do projecto para perceber um pouco melhor a influência deste gás na saúde da cidade.

Por: António Costa

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