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«Quero que o Ricardo seja feliz até ao seu último dia de vida»

Cara a Cara – Entrevista

P – Ficou satisfeito com a adesão dos covilhanenses no jogo entre o Sporting e o Gondomar, cuja receita reverteu a favor de Ricardo Almeida ou esperava mais?

R – Correspondeu às nossas expectativas, conseguiu-se uma receita de 1.050 euros e o Ricardo também ficou muito feliz ao receber as prendas. Passou uma tarde agradável e diferente, porque, normalmente, está sempre em casa. Qualquer ajuda é sempre bem-vinda para o Ricardo, que é uma criança com muitos problemas físicos e que a família não consegue suportar economicamente. Dou a cara como seu tutor, fui professor dele e, presentemente, sou o seu encarregado de educação.

P – Depois dos concertos de algumas bandas nacionais e dos leilões de camisolas, foi a vez do Sporting da Covilhã se associar a esta campanha. O que representa este apoio?

R – O clube tem dado um apoio incansável e uma ajuda fundamental desde o início, quando se soube da situação do Ricardo. Quando preciso de alguma coisa, o Sporting da Covilhã ajuda sempre naquilo que pode e aqui se viu, mais uma vez, o empenho deste clube em ajudar o Ricardo.

P – Como tem decorrido, de um modo geral, a campanha de solidariedade “Uma canção para o Ricardo”?

R – Tem corrido mais ou menos bem. Estávamos à espera de outras coisas, mas está a correr dentro da normalidade e é uma campanha que já está a surtir efeito a nível nacional. Monetariamente, não está a ter muito dinheiro, mas dá para conseguir suportar as despesas do Ricardo e da família também. O objectivo da iniciativa é mesmo esse, porque quero que o Ricardo seja feliz até ao seu último dia de vida. Sabemos que não vai ter muito tempo, as coisas estão a complicar-se, e quero proporcionar-lhe aquilo que me pedir. Ele tem agora um grande sonho, que é ir a Sevilha ver jogar o seu grande ídolo, o Ricardo, ex-guarda-redes do Sporting Clube de Portugal. O Ricardo chorou quando soube que tinha ido jogar para Espanha, já que o atleta tem sido uma peça fundamental para o seu apoio. Há inclusive um leilão no site do Ricardo, em www.umacancaoparaoricardo.com, onde estão várias camisolas do guarda-redes para serem leiloadas.

P – Portanto, as verbas que têm conseguido reunir têm servido para proporcionar uma melhor qualidade de vida ao jovem que padece desta doença incurável?

R – Sim, não só a nível de casa, mas também a nível da unidade de multideficiência da Escola do Teixoso, onde o Ricardo está inserido. Quando chegou à escola não tinha nada e nós, através destas campanhas, temos conseguido muitos apoios. Já tem uma unidade muito boa, bem apetrechada com muita coisa e tenho estado a conjugar as verbas reunidas entre a escola e a casa, uma vez que o Ricardo passa muito tempo na escola e é fundamental que tenha material de apoio.

P – Têm previsto outro tipo de iniciativas para angariar verbas?

R – Está em curso outra iniciativa, que consiste na venda de pulseiras. Também houve pessoas do Benfica a colaborar e fizemos pulseiras vermelhas e azuis, para além das verdes. De resto, penso que o desporto está a gerar mais efeito do que propriamente os concertos com os grandes músicos, que só querem dinheiro.

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