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«Quero correr em Espanha para o ano»

Cara a Cara – Guarda

P – Que balanço faz da sua participação?

R – Ninguém estava à espera que corresse tão bem. Ter ficado nos cinco primeiros lugares foi, por si só, gratificante, pelo que o balanço não poderia ser mais positivo. Foi importante para mim ter corrido ao lado de nomes importantes e já habituados a grandes corridas. Sinto-me bastante motivado para continuar a trabalhar e acredito que esta prova serviu para, de certo modo, me lançar no mundo dos automóveis.

P – Sente que tem condições para continuar a desenvolver este tipo de trabalho a um nível competitivo superior?

R – Por agora, o mais importante é reunir o maior número possível de patrocínios. Este ano a equipa esteve organizada e coesa e conseguimos atingir todos os objectivos a que nos propusemos. Porém, sabemos que não é fácil reunir apoios, porque a nossa zona não é muito forte em termos económicos. Mas a verdade é que precisamos do apoio de empresas e também de uma certa união da região para estas causas. As pessoas não fazem ideia, mas isto é um projecto que envolve uns largos milhares de euros. E só teremos condições para continuar se houver apoios disponíveis, até porque seguir uma carreira nesta área não é fácil nesta região. Temos alguns patrocínios, mas temos que pensar sempre em evoluir mais e mais, sobretudo porque sou jovem e sinto que ainda posso fazer muita coisa de positivo.

P – Como encara o panorama da região no que diz respeito a este tipo de modalidades?

R – De uma maneira geral, falta muita coisa. Não temos, por exemplo, pistas. No entanto, acredito que um investimento maior nestas modalidades só traria benefícios à cidade e à região, porque permitira levar o nome da Guarda um pouco mais longe.

P – Sente-se capaz de vir a seguir as pisadas do Francisco Carvalho?

R – O Chico é uma referência não só da Guarda, mas também a nível nacional. Ele já é uma certeza e, acredito, um dos melhores pilotos portugueses. Quanto a mim, tenho consciência de que sou apenas uma promessa. Mas sinto que, se trabalhar muito e se for devidamente apoiado, posso conseguir aspirar a voos cada vez mais altos.

P – Esta conquista é, aliás, o resultado de muito trabalho…

R – Sem dúvida. Muitas vezes, quando as coisas correm mal, pensamos porque perdemos tempo a trabalhar para os objectivos e despendemos tanta energia a tentar concretizar um sonho. No entanto, quando se chega a um resultado destes, fica-se contente pelo esforço e por se ter trabalhado tão afincadamente. Se eu não me tivesse esforçado tanto, talvez não desse tanto valor ao resultado que alcancei agora. Acredito cada vez mais que, quando há dedicação, os resultados acabam por aparecer sempre, mais tarde ou mais cedo.

P – O que se pode esperar de si num futuro próximo?

R – O que posso prometer é dedicação máxima para tentar obter os melhores resultados. Este ano, apesar de tudo, foi de experiência. Mas para o ano vou tentar esforçar-me para conseguir algumas vitórias. Sinto que temos condições e muita vontade para andar para a frente, agora é preciso contar, também, com os outros e conseguir dinheiro para continuar. Eu estou optimista.

P – Já tem agendadas participações em provas?

R – Neste momento, estou a tentar organizar-me, no sentido de ver o que quero e posso fazer. Reflicto sempre bastante antes de me envolver seja no que for. Por ora, e como já referi, estou preocupado em reunir o dinheiro necessário para que tudo possa correr da melhor forma possível, até porque não tenho capacidade para arriscar num projecto desta envergadura sem ter algumas garantias. No próximo ano, o meu principal objectivo será correr em Espanha, mas para isso tenho que arranjar muitos apoios. Entretanto, já fui abordado por uma equipa, mas não quero falar muito disso, porque ainda não está nada definido. Agora estou concentrado nos exames e só depois entrarei em conversações mais sérias.

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