Arquivo

«Queremos estabelecer uma certa articulação com a cidade e as empresas»

Cara a Cara – Entrevista – Rosário Santana

P – Acaba de tomar posse como directora da Unidade de Investigação para o Desenvolvimento do Interior (UDI) do IPG. Como surge esta nomeação?

R – A minha nomeação surge da vontade do presidente do Politécnico, que me chamou para orientar esta unidade de investigação e, portanto, só tinha que responder afirmativamente. É mais um desafio ao qual não poderia dizer não, dado o meu percurso nesta instituição, onde estou há 10 anos, e ainda dos cargos que ocupei, nomeadamente o de subdirectora da Escola Superior de Educação.

P – Como avalia o trabalho feito ao longo destes dois anos de existência da UDI?

R – A UDI tem vindo a fazer um trabalho meritório, que começou e bem pelas mãos do professor Fernando Sá Neves, pelos projectos que tem vindo a desenvolver e por toda a formação que lhe está associada. Há o desenvolvimento de toda uma série de publicações e artigos científicos, que ajudam a que os professores da casa tenham um meio para dar a conhecer o seu trabalho. A revista tem recebido alguns elogios da crítica e tem contado com a colaboração de investigadores externos, cuja actividade é extremamente cuidada e inovadora nalguns domínios.

P – Qual a dinâmica que tem a unidade de investigação?

R – A investigação no Politécnico é a que damos a conhecer através da “Egitania Sciencia”. Tem um carácter diverso, porque não temos ainda o número suficiente de artigos que justifique a existência de áreas temáticas. No entanto, a revista, semestral, tem saído regularmente com onze artigos e estou convicta de que as pessoas estão contentes com o resultado. Será certamente um meio a considerar no panorama científico português. Temos 69 investigadores residentes e há propostas de entrada de mais dois ou três. É um número interessante, tendo em conta o tipo de instituição em que estamos inseridos, de dimensão mais ou menos reduzida.

P – A UDI tem conseguido virar-se para o exterior, contribuindo para o desenvolvimento da região?

R – Estou convicta que sim, apesar desta ser uma unidade nova, com dois anos apenas. Estamos a desenvolver um bom trabalho nesse sentido. Ainda não tive oportunidade de reunir com os colegas e os directores das escolas, mas posso dizer que já tivemos algumas conversas de corredor e que pretendemos estabelecer uma certa articulação com a cidade e com as empresas. Ainda não há nada em concreto, mas estamos a pensar desenvolver projectos que englobem não só as empresas, mas também as instituições a nível regional e nacional.

P – Que projectos estão a ser desenvolvidos neste momento?

R – Foram aprovados três em 2008. Um deles debruça-se sobre a temática da igualdade de géneros e nas diferenças de comportamento, atitudes, valores e estilos de vida entre jovens de sexo diferente. Temos outro intitulado “Governância e Marketing Territorial nas Regiões Periféricas” e um terceiro voltado para a relação entre turismo e Internet, o “Turisnet”.

P – Planeia mudanças dentro da UDI?

R – Não vamos mudar grande coisa. Neste momento há uma preocupação da minha parte em tentar tomar conhecimento em relação ao processo anterior e arrumar todo o trabalho que está a ser feito. Depois há também a formação pós-graduada, que vai ficar à responsabilidade da UDI.

P – Quais as linhas de orientação para a investigação na UDI?

R – As grandes linhas de orientação são Comunicação e Expressão Cultural, Inovação Educacional e Formação de Professores, Saúde, Desenvolvimento de Produtos e Tecnologia e ainda Economia, Gestão e Métodos. E iremos mantê-las.

P – Há alguma que se destaque?

R – Há uma que se destaca pelo número de doutorados associados, que é a de Economia, Gestão e Métodos. Aliás, considera-se esta a área de domínio principal de investigação. Se continuaremos ou não dentro desta área é um caso a pensar e uma questão que terá de ser discutida com os directores das escolas. É que estamos a falar de áreas de difícil avaliação, o que pode ser prejudicial para a UDI. Será analisada a possibilidade de mudarmos a actual área principal do domínio para a das Ciências da Educação.

Sobre o autor

Leave a Reply