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«Queremos abrir caminhos na região»

Cara a Cara – Mário Cameira Serra

P – O que o levou a aceitar dirigir o Rotary Clube da Guarda?

R – Acaba por ser uma “obrigação”. Ou seja, considero que os clubes rotários são das coletividades mais democráticas que conheço, porque o mandato de cada presidente e do seu corpo diretor dura apenas um ano. E portanto, em cada ano rotário, há já um vice-presidente preparado para no ano seguinte assumir a presidência desse clube. Existindo a nível mundial, tem presidentes de diversas nacionalidades, raças, orientações políticas ou religiosas.

P – Quais são os principais projetos em que pretende trabalhar nos próximos tempos?

R – São essencialmente atividades que vêm na linha do que o Rotary Clube já tem realizado. Outras têm a ver com novas ideias que este corpo diretor pretende implementar. Trabalhamos sobretudo em aspetos humanitários, de contribuição para a paz mundial e de apoio aos mais necessitados. Os clubes locais são pequenas gotas de água, constituídas geralmente por 20 a 50 pessoas – que com as suas participações e esforços – contribuem para grandes movimentos a nível internacional. Lá fora, a associação tem vindo a trabalhar na tentativa de erradicação da poliomielite, na captação de água em países africanos e no apoio a catástrofes. Na Guarda, temos promovido anualmente a homenagem a um profissional de destaque na nossa zona e promovemos o Natal dos idosos, uma iniciativa que os aproxima. Além disso, temos atribuído bolsas a estudantes mais carenciados, sobretudo do ensino secundário. Este ano, queremos também participar na luta contra as doenças oncológicas a nível local.

P – Atualmente quantos sócios tem o clube?

R -Temos 21 sócios. Um dos objetivos que temos é alargar o corpo social. O Rotary pretende reunir um leque tão variado quanto possível de profissões, de pessoas de diversas áreas. Podem ser futuros membros pessoas que, de facto, queiram contribuir para as iniciativas e tenham algum tempo e disponibilidade para integrar um clube rotário.

P – Quais são as principais atividades que esses sócios e o clube desenvolvem?

R – Costumamos realizar muitas conferências. A estrutura organizativa do Rotary assenta em momentos de reunião que são periódicos. Juntamo-nos, em princípio, uma vez por semana. Depois, uma vez por mês, temos um jantar que, além de cerimonial, também pretende servir para angariar fundos. Pretendemos que algumas reuniões possam ser substituídas por tertúlias cujo programa seja a discussão de um tema que interesse à Guarda ou à região. Por exemplo, este Rotary Clube – em conjunto com outros – organizou há uns anos um fórum sobre a água, na perspetiva da saúde. Não houve possibilidade de focar localmente a grande potencialidade que hoje as termas do distrito apresentam. Pretendemos que um dos temas a abordar durante o ano rotário que agora iniciámos seja precisamente na continuação desse fórum. E queremos também abordar outros assuntos ligados ao comércio, à indústria e à economia.

P – O que é o Rotary Clube pode fazer para contribuir para o desenvolvimento e melhoria da cidade?

R – Penso que poderemos ajudar, abrir portas, pequenos caminhos que outros poderão trilhar com muito mais poder e sabedoria. Poderemos contribuir, quer através de convénios e de colaborações com organismos oficiais, quer através de IPSS, promovendo ações que nos possam vir a dar fundos para apoiar causas humanitárias. Pretendemos também organizar algumas caminhadas pela região, provas de BTT e de veículos todo-o-terreno, com a colaboração evidentemente de outras coletividades.

P – Acredita que o público em geral tem conhecimento do trabalho que desenvolvem?

R – Creio que grande parte da sociedade guardense não conhece bem os objetivos e a missão dos clubes rotários e do movimento rotário em geral. Mas estamos interessados em estabelecer uma interação mais frequente com a comunidade envolvente e, se possível, abrir portas à difusão das nossas iniciativas. Até mesmo na Internet, onde ainda não temos nenhuma página. Algumas pessoas pensam que os clubes rotários são quase sociedades secretas e não são nada disso. São um conjunto de pessoas ligadas por laços de companheirismo e que partilham os mesmos ideais no sentido de apoiar causas humanitárias.

Mário Cameira Serra

«Queremos abrir caminhos na região»

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