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Queijo da Marofa volta à produção em Janeiro

Actualmente, a empresa comprada por um grupo espanhol está em fase de instalação

A empresa Lacticínios da Marofa, instalada na zona industrial de Figueira de Castelo Rodrigo, encerrada desde Novembro do ano passado, volta a laborar em Janeiro. Os responsáveis por esta “prenda” de Natal são os espanhóis do grupo Lácteas Cobreros, da zona de Zamora. Neste momento, a empresa está em fase de instalação e preparação, mas já estão a ser elaboradas algumas amostras do queijo. Entretanto, os funcionários também foram readmitidos pelos novos investidores.

«A empresa vai estar a laborar a 100 por cento em Janeiro», garante o responsável em Portugal, Camilo Freitas. Actualmente, estão a ser ultimados alguns preparativos «para a fabricação e também do sector comercial», acrescenta. Até já estão a ser preparadas «algumas amostras de queijo», revela, mas «a fábrica ainda não está a funcionar». Por enquanto, ainda só estão a laborar sete funcionários, todos antigos trabalhadores que foram readmitidos pelo grupo espanhol. «Mas, com o arranque da produção, a empresa terá capacidade para criar cerca de 45 postos de trabalho», entre pessoal administrativo, da fabricação e da recolha de leite, sustenta, sendo que vão ser produzidos queijos de cabra, ovelha e vaca. Apesar da Lácteas Cobreros se dedicar mais à produção e recolha de leite, «esta é a terceira fábrica de fabrico de queijos que o grupo integrou», sendo que uma está instalada na Galiza e outra em Benavente, explica o responsável. Foram vários os factores que levaram a empresa espanhola a investir em Figueira de Castelo Rodrigo. Assim, para além da excelente localização geográfica e da importância agro-industrial da região, também contribuiu «a tecnologia de ponta com que está apetrechada a unidade fabril», destaca Camilo Freitas. Quando a produção arrancar, a empresa vai voltar a produzir o “famoso” queijo da Marofa, que vai ostentar a mesma marca, mas «ainda vai ser melhor, pois vamos ser mais exigentes», considera o responsável.

De resto, a Lácteas Cobreros é uma empresa com mais de 20 anos de experiência nos sectores lácteos, radicada na província de Zamora. «Com uma grande frota de transporte e uma enorme capacidade de produção, sendo que produzem seis mil rolos de queijo de cabra por hora», referiu o edil de Figueira, António Edmundo, depois de uma reunião com os investidores espanhóis, em Outubro. Há praticamente um ano que a autarquia tem alertado para a importância da agro-indústria num concelho com cerca de 30 mil ovelhas. «Agora, os produtores já vão ter um comprador para o leite das suas ovelhas», respira de alívio. Ao longo de todo este processo, António Edmundo sempre sustentou que a fábrica tinha viabilidade, dado possuir «mercado, produto, saber fazer e uma mão-de-obra qualificada». Para o concelho, a “boa nova” é um importante investimento, «não só pela criação de mais postos de trabalho, mas também por ser um sector com grande tradição e onde há muitos técnicos para serem recrutados», aponta. Para António Edmundo, a reabertura da Lacticínios da Marofa poderá ser uma “bandeira” de incentivo, acrescentando que o grupo espanhol também poderá utilizar «esta “porta”» como entrada no mercado nacional.

No entanto, só no início do próximo ano serão revelados os novos projectos. «Estou convencido de que este vai ser um bom presente de Natal para o município», garante. Recorde-se que a Lacticínios da Marofa, fundada em 1964, produzia queijos de ovelha, cabra e vaca, nas qualidades de prato, flamengo e barra. Na altura em que encerrou, a edilidade chegou a mostrar-se disponível para pagar antecipadamente o produto produzido e colocá-lo no mercado através da empresa municipal Figueira Verde. Só que esta intenção revelou-se insuficiente, de acordo com a gestão operativa da fábrica. Na altura, António Edmundo salientou também que a empresa tinha sido alvo de um «grande investimento» de modernização há quatro anos atrás: «Estamos a falar de uma fábrica moderna, com equipamentos de ponta, graças a fundos comunitários e apoios do Governo. Não é uma fábrica obsoleta», sublinhou.

Patrícia Correia

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