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Quatro semanas de capeias no Sabugal

A capeia “arraiana” é um ciclo taurino do mais genuíno que há e um motivo de atração de milhares de aficionados, curiosos e outros amantes dos touros e da tradição de uma comunidade.

A Lageosa da Raia abriu ontem a época das capeias e o acontecimento mais esperado do mês de agosto, oferecendo festejos religiosos, carregados de devoção, e também oportunidades para saciar o culto pagão da capeia. É o início de quatro semanas cheias de festa, emoções fortes, valentia, destreza e bairrismo. Tudo num circuito fechado que vai da Lageosa a Aldeia Velha, passando por Aldeia do Bispo (dia 11), Soito (dia 12), Ozendo (dia 13), Aldeia da Ponte (dia 15), Alfaiates (dia 17), Forcalhos (dia 18) e Fóios (dia 19). A despedida acontece todos os anos em Aldeia Velha, que acolhe o último encerro e capeia da época, a 25 de agosto. Pelo meio, multiplicam-se as oportunidades para conhecer este espetáculo, como na Rebolosa (dia 6), Ruivós (dia 9), Nave (dia 14), Vale de Espinho (dia 16) e Vale das Éguas (dia 21). Destaque merece também o tradicional Festival “Ó Forcão Rapazes”, que este ano tem lugar na praça de toiros do Soito a 16 de agosto.

Na grande maior parte dos casos, o espetáculo assenta arraiais na praça de cada aldeia, transfigurada por bancadas improvisadas em andaimes, tratores e taipais, nos quais se apinham centenas e centenas de espetadores, prontos a viver com intensidade cada segundo da capeia. Este espectáculo é o elemento de união e de convívio destas gentes, ligadas pela paixão dos touros. O outro é proporcionado pelos encerros que antecipam as capeias e durante os quais os touros que serão lidados na praça correm em campo aberto até ao centro de cada aldeia, conduzidos pela perícia de cavaleiros afoitos e entendidos.

A corrida é desenfreada, mas quase sempre ordenada. Quem não quiser arriscar tanto, poderá apreciar a movimentação nas ruas entaipadas das localidades, onde também pode contar com sensações fortes.

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