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Quatro golos num jogo emotivo

Paulo Barra deixa o comando técnico do Figueirense depois do empate com o Celorico

Depois de ter empatado na jornada anterior na recepção ao Gouveia, o Figueirense, que não pôde contar com várias pedras nucleares, voltou a desperdiçar pontos não conseguindo melhor que um empate a duas bolas na deslocação a Celorico da Beira, ainda que tenha jogado quase uma hora em superioridade numérica. Com este empate, a turma de Figueira de Castelo Rodrigo foi apanhada na frente da classificação pelo surpreendente Trancoso, no mesmo dia em que Paulo Barra anunciou a sua despedida do comando técnico do Figueirense por «motivos pessoais». Para não fugir à regra, o trabalho do árbitro João Adónis foi muito criticado pelos homens da casa.

O Figueirense entrou da melhor forma no encontro, colocando-se em vantagem logo aos três minutos, por intermédio de Paulo Jacinto, que recargou com êxito uma defesa incompleta de Marcelino num livre directo de Manuel Rodrigues. Contudo, este lance foi muito criticado pelos celoricenses por, alegadamente, o avançado figueirense ter ajeitado o esférico com o braço. Em desvantagem no marcador, a equipa de José Arrifano, que foi expulso do banco devido a protestos, começou a equilibrar o jogo e, aos 21, Gouveia teve uma boa iniciativa pelo lado direito, mas Bruno opôs-se bem. A igualdade chegou seis minutos depois. Carlos Freitas, com um bom golpe de cabeça, empatou a partida, após livre de Márcio. Numa altura em que o jogo estava equilibrado, o Celorico ficou a jogar com dez unidades devido à expulsão de Carvalho, aos 33’. Paulo Jacinto desperdiçou então duas boas oportunidades para desfazer a igualdade, aos 38’ e 46’. No segundo tempo, o Figueirense entrou com vontade de chegar à vantagem, enquanto o Celorico foi respondendo em contra-ataque. Os visitantes também se podem queixar da falta de sorte, pois, no espaço de quatro minutos, João Paulo e Bruno Coutinho acertaram duas vezes nos ferros da baliza. Como quem não marca, arrisca-se a sofrer, o Celorico consumou a reviravolta no marcador aos 64’, novamente por Carlos Freitas, que progrediu com a bola desde o seu meio-campo até entrar na área, onde driblou dois adversários antes de rematar fora do alcance de Bruno. A partir daqui, o Figueirense começou a abusar das bolas bombeadas para o ataque, sem passar pelo meio-campo, não tirando vantagem de estar a jogar com mais uma unidade. A igualdade chegou aos 83’, outra vez por Paulo Jacinto que, em posição duvidosa, tocou para o fundo das redes depois de uma jogada de insistência do ataque figueirense. Nos últimos nove minutos de jogo, o Celorico ficou reduzido a nove jogadores por expulsão de Marcelino por protestos. O trio de arbitragem comandado por João Adónis realizou um trabalho polémico quanto baste.

No final da partida, José Arrifano considerou o empate «uma vitória da melhor equipa e da voluntariedade contra todas as adversidades que nos puseram no jogo. Estou satisfeitíssimo com a exibição da minha equipa». Quanto a Paulo Barra, que realizou o seu último jogo como treinador do Figueirense, sendo substituído pelo adjunto, José Henriques, considerou que a vitória era o resultado que melhor se ajustava ao que a sua equipa fez: «O empate só acontece porque, especialmente, na segunda parte tivemos uma manifesta falta de sorte com bolas no poste e perdidas de jogadores isolados. Massacrámos o Celorico no segundo tempo e num lance de contra-ataque, muito bem concluído, eles marcaram o segundo», completou.

Ricardo Cordeiro

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