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Quase metade da população ativa e das oportunidades de emprego estão concentrados em Lisboa

É em Lisboa que está concentrada perto de metade da população ativa (40,8 por cento) e das oportunidades de emprego (42,5 por cento), refere um estudo da Fundação Calouste Gulbenkian, “Uma Metrópole para o Oceano”, a que a Lusa teve acesso. O mesmo estudo fala da localização do emprego público, também «intensamente polarizada em torno de Lisboa».

Esta investigação centrou-se no Arco Metropolitano de Lisboa, uma nova denominação que abrange a região da “grande Lisboa”, Península de Setúbal e Alentejo Litoral, Vale do Tejo e Alentejo Central. «Apesar de o Arco Metropolitano de Lisboa não ter uma existência formal nem limites precisos, constitui um sistema cada vez mais interativo e interdependente ao nível das instituições, pessoas, empresas e lugares, e corresponde a um dos motores essenciais do crescimento, da modernização e da internacionalização do país», lê-se no documento.

Em termos demográficos, e segundo este estudo, esta região «tinha, em 2011, cerca de 4,1 milhões de habitantes», o que significa 41,1 por cento da população residente no continente, sendo que a população jovem tem aumentado nas duas últimas décadas.

As conclusões do estudo não ficam por aqui e o Arco Metropolitano de Lisboa «é um dos motores de internacionalização do país, bem posicionado para a atração e desenvolvimento de funções de âmbito supranacional», o que é explicado pelas «infraestruturas de conectividade internacional, a qualidade dos recursos humanos, a diversificação das atividades económicas, bem como a concentração e internacionalização de infraestruturas de conhecimento» existentes.

Relativamente aos transportes, conclui-se que o individual é «dominante nas deslocações, por motivo de trabalho ou estudo, na Área Metropolitana de Lisboa, em que mais de metade das deslocações é realizada em automóvel».

«Apesar das melhorias ocorridas na oferta de transporte público de passageiros, há ainda de assinalar as deficiências de integração modal, seja pela falta de infraestruturas físicas, como pela falta de integração da oferta, por falhas de regulação e organização, penalizando as deslocações, em especial as que exigem transbordos e a articulação entre diferentes modos de transporte», consideram os autores.

No futuro, o Arco Metropolitano de Lisboa tem condições para «dispor de um complexo intermodal europeu – portuário e aeroportuário com acesso a rotas mundiais, quer de transporte marítimo, quer de transporte aéreo», conclui a investigação.

Apresentado no âmbito da iniciativa Gulbenkian Cidades, o estudo conta com a parceria da autarquia de Lisboa e da Faculdade de Letras da Universidade do Porto, tendo a coordenação de José Manuel Félix Ribeiro, Francisca Moura e Joana Chorincas.

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