Arquivo

Quarta-Parede quer abolir as paredes entre público e actores

Associação abrange todo o tipo de artes performativas e culturais

Abolir as paredes entre o público e o actor, existentes no teatro convencional, é um dos principais lemas da Quarta-Parede, a mais nova companhia de teatro e artes performativas na Covilhã. Nasceu há quase três anos e desde então tem-se apenas destacado com a realização do “Festival Y”. Mas a situação está prestes a mudar e as criações do grupo estão já à porta, graças ao subsídio que conseguiram para os próximos quatro anos do Ministério da Cultura.

«Em Abril, espero estar a mostrar o nosso novo trabalho relacionado com os lanifícios, ao nível da instalação multimédia», revela Rui Sena, director da companhia, apontando ainda o mês de Junho para a apresentação do projecto “Stracciatella”, de Sílvia Ferreira. «É um projecto multidisciplinar a partir do teatro, movimento e multimédia», completa.

Teatro, dança, música, debates, “workshops” e as novas tecnologias usadas na arte são as bases de um trabalho de uma associação que tem como fim «diversificar a cultura e dar a conhecer artistas emergentes», sublinha Rui Sena, para quem há «muito trabalho» a desenvolver na região neste sentido. A formação de públicos continua a ser a grande prioridade do grupo, que vai continuar a desenvolver o “Teatro Social” com toxicodependentes, idosos e presidiários, bem como acções de arte contemporânea e ateliers com escolas e público em geral.

A única lacuna na Covilhã reside, para já, na ausência de uma sala de espectáculos «moderna» para poderem desenvolver o trabalho sem entraves. «O Teatro-Cine foi essencial durante os anos 50, mas agora está desactualizado», refere, para além de não ter equipamento de som, luz e técnicos especializados. «Não se compreende uma cidade moderna sem uma sala de espectáculos a esse nível», sublinha, adiantando que o modelo ideal seria uma «sala de espectáculos multidisciplinar» para 400/500 pessoas, adaptada a todo o tipo de eventos. «No futuro, a diferença das cidades reside entre quem possui estas estruturas e que as não tem», garante. Esta carência é, de resto, apontada por todas as restantes associações ligadas à cultura. Isto porque a Covilhã ainda sonha com um Centro de Artes com auditório e palco versáteis para acolher espectáculos de teatro, ópera, dança, música electrónica, orquestras sinfónicas, espectáculos de circo, multimédia e congressos, entre outros eventos. Também possui uma sala de exposições de artes plásticas, um restaurante com 80 lugares, salas e equipamentos de apoio. A obra, projectada pelo arquitecto Filipe Oliveira, continua à espera de aprovação do Ministério da Cultura e já sofreu uma redução para ser mais realista.

Sobre o autor

Leave a Reply