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«Quantos anos vamos esperar pela despoluição do Noéme»

Rui Quinaz acusa maioria de prometer resolver o problema e de não cumprir

Rui Quinaz acusou a maioria de «nada ter feito até hoje» para despoluir o rio Noéme. O vereador social-democrata abordou o assunto na última reunião do executivo, onde lamentou o facto da Câmara ter «prometido em 2009 que o problema estaria resolvido em 2010, com uma candidatura ao PEAASAR [Plano Estratégico de Abastecimento de Água e de Saneamento de Águas Residuais], mas a promessa não foi cumprida».

Tudo porque O INTERIOR noticiou recentemente (ver edição de 20 de Janeiro) que só agora a Águas do Zêzere e Côa (AdZC) está a analisar os efluentes da fábrica têxtil para decidir se é possível utilizar a ETAR de São Miguel, como preconiza a Câmara. Perante isto, Rui Quinaz quis saber «quantos anos mais vamos esperar por essa despoluição», não sem antes considerar que o «problema é político e penalizará sempre esta maioria». Contudo, Joaquim Valente rejeitou o libelo, justificando que a autarquia não se pôde candidatar ao PEAASAR por não ter aderido ao sistema em baixa. «O colector previsto tem que estar pronto para receber os efluentes da empresa logo que a sua correcção estiver de acordo com a legislação», declarou, assumindo que o objectivo da Câmara «é despoluir o Noéme». Conforme noticiou O INTERIOR, a situação está actualmente a ser analisada pela empresa multimunicipal AdZC, a pedido da autarquia.

Os resultados serão conhecidos daqui a cerca de quatro semanas. «Só depois dessa análise é que poderemos ver se a ETAR tem ou não capacidade», assegurou o administrador da empresa. Miguel Ferreira adiantou que «se se verificar que as características do efluente da fábrica não forem compatíveis com a ETAR de S. Miguel, teremos que ver o que a empresa terá de fazer para as tornar adequadas». Segundo este responsável, a ETAR ainda não tem a sua capacidade completamente esgotada, sendo que o problema «não é o caudal que a fábrica pretende, mas saber se é possível tratar ali a matéria orgânica gerada». De resto, a AdZC está a desenvolver um projecto de ampliação da capacidade de tratamento naquela estação de tratamento. Relativamente à Manuel Rodrigues Tavares, Miguel Ferreira lembra que «a fábrica já faz um pré-tratamento, pode é não ser suficiente». Na última reunião, o executivo ficou ainda a saber que os guardenses consomem água de «boa qualidade», de acordo com um estudo de controlo de qualidade realizado em 2010.

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