A Inspecção-Geral da Administração Interna (IGAI) vai levar a efeito durante o ano de 2005 uma série de inspecções sem aviso a esquadras da PSP e postos da GNR, na sequência de anomalias detectadas em acções anteriores. De acordo com a edição de terça-feira do “Jornal de Notícias”, as esquadras dos comandos da Guarda e Castelo Branco da PSP irão ser alguns dos alvos desta acção. Recorde-se que um despacho ministerial de Outubro de 2003 tinha sido proposto o encerramento de diversas zonas de detenção por não garantirem quaisquer condições de segurança. Entretanto, alguns agentes da Polícia de Segurança Pública da Guarda e Gouveia entregaram as armas na tarde de quinta-feira em solidariedade para com o agente morto a tiro nessa madrugada na Cova da Moura (Amadora). A acção prolongou-se até às 13 horas de sábado, hora do funeral do colega, e foi também um sinal de «revolta» dos polícias contra a falta de segurança durante os patrulhamentos. «Trabalhamos em situação precária e, muitas vezes, sem meios de comunicação com os comandos porque os rádios não funcionam ou as pilhas descarregam-se em duas horas», disse António Amoroso, dirigente e delegado sindical da Associação Sindical dos Profissionais da Polícia (ASPP), acrescentando que o armamento utilizado está desactualizado e envelhecido. «Os delinquentes têm armas mais sofisticadas e potentes que as da PSP, enquanto os agentes que quiserem utilizar coletes à prova de bala têm que os comprar do próprio bolso. Já não bastava termos que usar os telemóveis pessoais quando falham os meios de comunicação», lamenta. O dirigente acusa ainda os políticos de não terem feito «qualquer melhoramento» para a segurança da PSP e considera «urgente» que o Governo tenha a noção de, que nos locais mais problemáticos, os agentes sejam equipados com «melhor armamento, veículos apropriados, com vidros à prova e bala, e um maior número de efectivos, além dos imprescindíveis coletes anti-bala».
