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PSD quer privatização da exploração do café-concerto do TMG

Culturguarda apresenta resultado líquido negativo de cerca de 49 mil euros no relatório do primeiro semestre deste ano

Os vereadores do PSD na Câmara da Guarda propuseram na última reunião do executivo, realizada na segunda-feira, a privatização da exploração do café-concerto do TMG. A proposta surgiu no dia em que foram debatidas as contas do primeiro semestre de 2010 da empresa municipal Culturguarda, que registou um resultado líquido negativo da ordem dos 49 mil euros. Apesar das diversas solicitações, os jornalistas voltaram a não ter acesso ao documento.

Rui Quinaz manifestou «preocupação» com o facto das receitas do café-concerto terem sofrido uma redução de «nove por cento», com vendas de 16.500 euros, e as de bilheteira de «oito por cento», descendo dos 53 para os 49 mil euros. Por isso, o vereador do PSD propôs que o café-concerto «seja posto à exploração de privados», indicando que «com este nível de vendas não é sustentável a sua exploração», que é «deficitária». A proposta foi liminarmente rejeitada pela maioria, com o vereador da Cultura a salientar que o café-concerto não pode ser entendido como um simples café. «Não se trata apenas de um espaço onde se toma um café ou bebe uma cerveja, mas é um lugar que, associado ao consumo, tem também actividade cultural regular», sustentou Virgílio Bento.

Em relação às contas globais da Culturguarda, Rui Quinaz considerou que é «positivo o aumento dos serviços prestados por candidaturas a projectos com fundos comunitários», porque trarão «um aumento de receitas», mas considerou «negativas e preocupantes» as reduções registadas também na produção de eventos. «Os munícipes estão a usar cada vez menos os serviços do TMG e isto é naturalmente preocupante», considerou o social-democrata, que desvalorizou o saldo negativo de 50 mil euros porque «os resultados dependem do valor dos subsídios à exploração». Neste sentido, «se esse valor aumenta, naturalmente que os resultados líquidos aumentarão e serão positivos», reconheceu. Por seu turno, Virgílio Bento defendeu que o relatório semestral em causa representa a «sustentabilidade» do TMG e revela a «capacidade que a sua direcção teve de encontrar novas formas de financiamento para lá das tradicionais», como a «capacidade de ir buscar financiamentos aos fundos comunitários», realçou.

O vereador salientou também que, comparado com o relatório do primeiro semestre de 2009, há uma redução do défice em quatro por cento, sendo este «muito mais favorável». Relembrou que, no âmbito da diminuição «de mais de 10 por cento no Orçamento de todas as estruturas» municipais levado a cabo pela autarquia «há mais de meio ano», houve uma «redução das actividades» no TMG, daí que considere «normal» a redução de receitas da bilheteira e do café-concerto apontadas pela oposição. Por outro lado, Virgílio Bento mostrou-se satisfeito com os aumentos registados «nos alugueres do parque de estacionamento e na prestação de serviços».

Ricardo Cordeiro

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