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PSD e CDS coligados em Aguiar da Beira

Atual vereador Fernando Pires leva consigo o médico António Lacerda, antigo eleito do PS, e o líder centrista local João Saraiva

PSD e CDS rubricaram na segunda-feira o primeiro acordo autárquico no distrito da Guarda. Em Aguiar da Beira, Fernando Pires vai liderar uma lista conjunta à Câmara e tem como número dois o médico António Lacerda, antigo eleito do PS, enquanto o líder da concelhia centrista João Saraiva é o terceiro.

A coligação foi formalizada na Guarda, onde Fernando Andrade, autarca cessante e presidente da concelhia do PSD, considerou que esta coligação é «importante para o concelho», onde os eleitores vão ter que escolher «entre quem está na política só para defender interesses pessoais e quem vai defender os interesses de Aguiar da Beira». A indireta é para Joaquim Bonifácio, que lidera uma lista apoiada pelo PS e da qual fará, alegadamente, parte o atual vice-presidente da autarquia, José Tavares: «Ainda não sei se é uma candidatura independente ou do PS com um cabeça-de-lista independente», ironizou o edil, que disse esperar que seja o seu número dois a colocar o lugar à disposição caso se confirme que avança numa lista adversária. Por sua vez, João Saraiva recordou que o CDS «apoia e tem apoiado na Assembleia Municipal um executivo que defende a cem por cento Aguiar da Beira».

Mais prosaico, Fernando Pires, que é vereador de Fernando Andrade há três mandatos, classificou este acordo de «feito histórico» para Aguiar da Beira e prometeu apostar no apoio social «porque as infraestruturas já estão praticamente feitas», continuando a «gestão de rigor» do presidente cessante. O candidato adiantou também que nunca tentou «sacudir José Tavares» da sua lista, tendo revelado que o colega de vereação recusou o segundo lugar. Elogios mereceu António Lacerda: «O melhor resultado do PS em Aguiar da Beira deveu-se a ele. É um bom trunfo e uma pessoa bem vista por todos», afirmou Fernando Pires. O acordo autárquico foi rubricado na presença dos presidentes das distritais e concelhias dos dois partidos, assim como dos candidatos às dez freguesias do município. Para Júlio Sarmento, este modelo de coligação vai «replicar-se» no distrito, decorrendo conversações em Almeida, Celorico, Seia e Guarda. Nos restantes não haverá acordo devido à «menor representatividade local do CDS ou a candidaturas próprias de cada partido já consolidadas».

Já Fonseca de Carvalho, líder distrital do CDS, revelou que os centristas terão candidaturas próprias em Pinhel, Sabugal, Mêda e Celorico da Beira, «em princípio». Quando há coligações, o CDS não abdica de um lugar elegível para a Câmara «ou outro com a perspetiva de ficar no executivo». Na Guarda, o presidente da concelhia, Henrique Monteiro, admitiu que com a candidatura de Álvaro Amaro (PSD) há «apenas diálogo por enquanto, nada mais».

Luis Martins Acordo foi assinado na Guarda perante os candidatos às dez freguesias do concelho

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