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PSD de Celorico quer «equipa forte e coesa» antes de escolher candidato

Concelhia teceu duras críticas à maioria socialista no executivo, que refuta acusações de «propaganda» e «despesismo»

«Estamos interessados em ter uma equipa forte e coesa e candidato pode ser qualquer um». Aparentemente, António Caetano será uma “carta fora do baralho” nas opções do PSD para concorrer à Câmara de Celorico da Beira.

Questionado sobre a possibilidade do antigo presidente do município estar definitivamente afastado da lista “laranja” à autarquia, o líder da concelhia não teceu grandes comentários: «Não gostaria de focalizar todo este processo em nomes. Há uma equipa de trabalho e um colectivo que tem que estar unido. Queremos fazer as coisas bem feitas e o candidato aparecerá na hora própria», garantiu Fernando Figueiredo, que recentemente se demitiu e voltou a candidatar-se com uma nova equipa, por discordar da alegada imposição de António Caetano como cabeça-de-lista nas próximas autárquicas. Na passada sexta-feira, o dirigente assegurou que o nome do candidato será «garantidamente» anunciado até ao final de 2008. «Ao contrário do que sempre se fez no partido em Celorico da Beira – partir do nome de uma pessoa, que depois arcava com a responsabilidade de construir equipas –, vamos partir de outra base de trabalho», reforçou, acusando o executivo socialista de «propaganda e autoritarismo», além de «enganar» os celoricenses.

Fernando Figueiredo considerou que a autarquia é «cada vez mais dominada pelo PS», falando mesmo num «corropio de admissão de pessoal», o que, «a pouco mais de um ano de eleições, não é mais que uma manobra politiqueira de angariação de votos». Por isso, considera que o rigor nas contas públicas e a recuperação financeira da autarquia, «tão propagandeados pelo executivo», parecem agora passado, isto porque houve «uma corrida desenfreada de obras na vila, algumas de duvidosa necessidade. Puro e inútil despesismo e algumas necessidades básicas essenciais adiadas», continuou. Assim, considerou estar «perante um cenário do mais primário e propagandístico populismo eleitoralista», apontando o exemplo de um painel colocado recentemente na Rotunda do Centro Coordenador de Transportes, alusivo à inauguração das piscinas da Lageosa do Mondego. «É eleitoralismo puro e um desperdício de dinheiro público em auto-promoção de imagem dos intervenientes», acusou.

Críticas que José Monteiro, autarca celoricense, refuta por completo: «Eu e as pessoas que me acompanham estamos a fazer um trabalho nobre para o concelho. O engano era não haver obra e temos milhões investidos», garantiu. Já José Luís Cabral, vice-presidente do município, reconhece que têm entrado mais pessoas «porque há necessidade de mais gente», o que é «bom sinal». Quanto ao “outdoor”, desvaloriza as acusações: «Não estamos a pôr cartazes com grandes parangonas a anunciar grandes obras. Pusemos um cartaz a dar as boas-vindas aos emigrantes e aos celoricenses a dizer que têm mais uma obra e isso não é uma medida politiqueira», explica.

Ricardo Cordeiro

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