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PSD acusa gestão camarária de «limitar» o futuro da Guarda

Contas de 2008 foram aprovadas, com os socialistas a falarem em «gestão equilibrada» e capacidade de investimento

A Assembleia Municipal (AM) da Guarda aprovou na terça-feira, por maioria, as contas da autarquia relativas a 2008, com os votos contra da bancada do PSD e as abstenções do CDS e BE. Do lado da oposição, só os sociais-democratas se debruçaram na análise dos documentos, acusando o município liderado por Joaquim Valente de uma gestão que está a «limitar» o futuro da autarquia. Já o único deputado da CDU abandonou a sala aquando da votação, em protesto contra o surgimento de dois documentos distintos referentes à certificação legal das contas.

«Não será muito limitada, nos próximos anos, a missão da Câmara Municipal da Guarda?», questionou o deputado social-democrata Paulo Fragoso durante uma intervenção em que optou por apresentar gráficos, para uma comparação com dados de 2004. Segundo os números desfiados, «as dívidas a terceiros estão nos 52 milhões de euros enquanto que em 2004 eram de 35 milhões». Paulo Fragoso frisou essencialmente um «pagamento do juro galopante» à banca, prevendo que em 2010 se cifre nos quatro milhões de euros, e destacou a receita que a autarquia conseguiu arrecadar com impostos e taxas. No total, foram nove milhões de euros contra cinco milhões em 2004, comparou. «É uma grande participação a do munícipe da Guarda», ironizou o social-democrata. Em resposta, o líder da bancada socialista, Nuno Almeida, disse preferir «uma análise política» do documento, rejeitando as considerações feitas pelo PSD.

Isto porque, notou, foi feito investimento – 67 milhões de euros, segundo os dados revelados pelo município, o que representa 62 por cento de execução das Grandes Opções do Plano. «Se queremos colher frutos no futuro, temos que fazer investimentos», disse o socialista, ao notar que as autarquias têm mesmo de contrair dívida caso queiram aproveitar os fundos comunitários. A aposta na vertente económica, nomeadamente na plataforma logística (mais de 40 por cento), e na área da educação (a rondar os 22 por cento) foram aspectos focados pelo deputado. Os investimentos nas áreas da economia e educação foram, de resto, também frisados pelo presidente da Câmara, Joaquim Valente, que falou em «gestão equilibrada» do executivo. «É fácil dizer que aumentou a dívida», contestou o edil, para quem «o que realmente importa é o retorno que teremos desses investimentos».

Já em relação ao motivo que levou o único deputado da CDU a abandonar a sala, o caso levou mesmo à intervenção do revisor oficial de contas, que foi chamado telefonicamente para se deslocar à AM e explicar o sucedido. À voz de Honorato Robalo, juntou-se a da bancada do PSD, que também contestou fortemente a situação – apesar dos socialistas terem garantido que o documento era, «no fundo», o mesmo. Depois das queixas dos dois partidos da oposição, o revisor oficial de contas, Vítor Simões, explicou que existiu uma primeira minuta, para debate e possíveis correcções, e que depois foi substituída pela versão final. O que se passou, disse, foi que não se encontravam dívidas de alguns credores na conta corrente, sendo que estavam afinal numa conta de provisões.

Aprovada moção contra encerramento de estações dos CTT

A AM aprovou ainda na última sessão uma moção contra o encerramento da estação dos CTT do Bonfim, apresentada pela CDU, com duas abstenções oriundas da bancada do PS. Na moção, Honorato Robalo recordou que o presidente do conselho de administração dos CTT, Estanislau Costa, admitiu durante a sua visita à Guarda que irá encerrar uma estação dos Correios. O deputado comunista disse não ter dúvidas de que será a do Bonfim, a funcionar na Central de Transportes da cidade. As diferentes bancadas mostraram-se também preocupadas com o assunto, tendo a moção sido alargada a todas as estações dos CTT. «Depois desta outras serão encerradas», anteviu, por sua vez, o presidente da Junta de Freguesia de Gonçalo, Pedro Pires. Já Joaquim Valente informou que a ideia é a de que o posto passe a funcionar no início de Maio no Quiosque do Bonfim, mostrando-se depois bem mais preocupado com o que poderá vir a acontecer de futuro com as estações localizadas em áreas rurais, onde disse ser mais difícil encontrar soluções. A moção vai ser enviada aos CTT, Governo Civil da Guarda e Ministério das Obras Públicas, Transportes e Comunicações.

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Comentários dos nossos leitores
Carlos Pego cpego@gmail.com
Comentário:
A bancada parlamentar do PS não tem ninguém capaz de responder de forma política séria! Acho que não se pode brincar aos deputados. Chega de parolice! Vamos mandar os deputados incompetentes para casa, sempre os mesmos básicos. Chega! PS mais Nâo!
 

PSD acusa gestão camarária de «limitar» o
        futuro da Guarda

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