Continua a somar intenções de voto o partido liderado por António Costa. O mais recente estudo da Eurosondagem para Expresso e SIC revela uma subida paulatina do PS, mais 1 por cento em relação ao mês anterior e distancia-se novamente do seu adversário mais direto, o PSD – que prossegue a tendência inversa e volta a perder (0,4 por cento) pontos, ficando sobre a marca psicológica dos 30 por cento. O PS está agora com 38 por cento, quase mais seis do que os que efetivamente obteve nas urnas a 4 de outubro de 2015. E na que pode começar a ser interpretada como uma marcha lenta rumo a uma maioria absoluta que lhe possibilitaria dispensar acordos de Governo, vê os seus principais parceiros parlamentares a ficarem para trás: com efeito, tanto o BE como o PCP registam menos intenções de voto do que em novembro (respectivamente menos 0,6 por cento e menos 0,5 por cento). Já o PAN sobe significativamente (são só mais 0,5 por cento, mas esse é um valor que ganha outro peso num partido que há um mês tinha apenas 1,1 por cento).
O estado da arte partidária replica-se, desta vez, nos seus líderes: o primeiro-ministro é o único a consolidar a sua popularidade, com mais 1,3 por cento de saldo positivo do que há um mês. Catarina Martins e Jerónimo de Sousa perdem exatamente o mesmo número de pontos junto dos inquiridos: 1,9 por cento. Jerónimo não começa da melhor maneira o seu quarto mandato como secretário-geral do PCP (foi reeleito no congresso realizado no primeiro fim-de-semana de dezembro), já que é ultrapassado (por uma escassa décima) por Assunção Cristas no ranking dos líderes partidários.
Sempre é um consolo para a presidente do CDS que perdeu, mesmo assim, 0,9 por cento de opiniões positivas face a novembro (em contrapartida, o CDS granjeou mais 0,2 por cento de intenções de voto do que há um mês). Mas a queda mais aparatosa, ainda assim, é a de Pedro Passos Coelho: numa altura em que se sucedem as notícias de desconforto interno com a sua liderança e de nomes de sociais-democratas a mostrarem-se predispostos a disputar a presidência do partido, o ex-primeiro-ministro sofre uma erosão de 2,2 por cento no seu saldo de popularidade (mas mantém-se como o terceiro melhor).
De notar também a ligeira perda (-0,2 por cento) de Marcelo Rebelo de Sousa. O facto só é mais significativo por ocorrer pelo segundo mês consecutivo, a fazer pensar se o estado de graça do Presidente da República estará (ainda que muito discretamente, uma vez que continua com um estratosférico saldo de quase 57 por cento positivos) a chegar ao fim.