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PS critica medida, PSD diz que assunto «não está fechado»

José Albano Marques considera que «nem serviços de cobrança de impostos escapam ao desnorte total» do Governo, Júlio Sarmento está confiante que distrito poderá «conseguir manter abertas mais uma ou duas» repartições de Finanças

O presidente da Federação do PS da Guarda considera «lamentável» o possível fecho de repartições de Finanças em dez municípios do distrito.

«Apesar de ser um estudo, este modelo conta com a oposição dos autarcas do PS. Achamos lamentável que não se encontrem outras soluções para a população», afirmou José Albano Marques, garantindo que o PS «continuará contra o encerramento de serviços e estará na linha da frente a favor da manutenção destes serviços em cada um dos concelhos» do distrito da Guarda. «As populações já têm dificuldades e o encerramento das Finanças será mais um. Acaba por ser mais um sacrifício. As pessoas terão que gastar mais dinheiro para se deslocarem a outros concelhos», criticou o líder socialista, para quem «as pessoas estão fartas de sacrifícios» e não vão «perdoar» esta decisão do atual Executivo, divulgada após as autárquicas. «Isto revela um desnorte total da parte deste Governo pelo encerramento de serviços públicos e já nem escapam os serviços de cobrança de impostos», ironizou José Albano Marques, que desafia o PSD a juntar-se ao PS «nesta luta» contra o fecho das repartições de Finanças.

Por sua vez, Júlio Sarmento recorda que esta medida está «desde o início» no memorando assinado com a “troika” pelo PSD, PS e CDS-PP. «Estes partidos e os seus dirigentes sabem que é preciso fazer reformas e que estes compromissos têm que ser cumpridos», sustenta o presidente da distrital do PSD. Nesse sentido, «é utópico e pura demagogia defender a manutenção das atuais 14 repartições de Finanças no distrito», afirma. O dirigente social-democrata socorre-se do que aconteceu com a reforma do sistema judicial, cuja lista final de tribunais a encerrar no distrito passou de cinco para três – fecham em Fornos de Algodres, Mêda e Sabugal, mas continuam em Figueira de Castelo Rodrigo e Vila Nova de Foz Côa – para adiantar que este «estudo inicial poderá ter uma configuração diferente no futuro, tudo depende da pressão política que exercer cada autarca».

Nesse sentido, Júlio Sarmento espera que os presidentes dos municípios afetados se mobilizem para «fazer valer os seus argumentos» junto da tutela e que para isso terão o seu apoio. Por outro lado, o ainda autarca de Trancoso diz ser «inaceitável» que o norte do distrito venha a ficar sem serviços de Finanças, isto porque esse cenário significaria que o objetivo de cortar metade das repartições em todo o país não seria cumprido na Guarda. «Acredito que poderemos conseguir manter abertas mais uma ou duas e nessa altura penso que Trancoso e Pinhel saberão lutar por isso», sustenta, adiantando que, no âmbito do fecho destes serviços, está prevista a contratualização de «balcões das Finanças nas Câmaras Municipais para assegurar um serviço mínimo às populações».

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