Arquivo

PS acusado de fazer da delegação da Guarda da CCDRC um «órgão político»

PSD critica nomeação de Orlindo Vicente para o lugar que Fonseca de Carvalho ocupou durante 18 anos

A Distrital do PSD da Guarda criticou duramente a nomeação de Orlindo Vicente para o cargo de director da delegação da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro (CCDRC), um lugar que Fonseca de Carvalho ocupava há 18 anos. Os sociais-democratas entendem que foi uma indigitação política e que o novo responsável não possui «competências e qualificações» nas matérias de ambiente e ordenamento do território.

«Fazer deste serviço um órgão político, nomeando alguém que tem como competência ser funcionário e militante de um partido político, é um grave precedente», acusou Júlio Sarmento. O presidente da Assembleia da Distrital do PSD esclarece que não está em causa «a legitimidade de quem nomeia, nem a pessoa nomeada», mas sim a «violação de um quadro de princípios de ética política». O também autarca de Trancoso sublinhou, na passada segunda-feira em conferência de imprensa, que a delegação da CCDRC «não é, nem pode ser um órgão político», sendo antes um serviço desconcentrado com competências em matéria de ambiente e do ordenamento do território.

O “timing” para esta substituição também não foi bem visto, pois ocorre numa altura «em que os municípios estão a rever os seus Planos Directores Municipais». Para Júlio Sarmento, «impunha-se uma pessoa com competência técnica e não um funcionário político», considerando que a entrada de Orlindo Vicente vai originar um «corte abrupto» no relacionamento daquela delegação com as Câmaras do distrito, que vão ficar «mais dependentes do centralismo» de Coimbra. «É alguém a quem nenhum presidente de Câmara, vereador ou técnico autárquico pode pedir qualquer esclarecimento porque todos eles, por razões óbvias, sabem mais do que o novo director», garante.

Nesse sentido, os sociais-democratas classificam esta nomeação de «inútil», porque «ter uma pessoa completamente desenquadrada do lugar é o mesmo que não ter lá ninguém». De resto, o dirigente considera a situação de «incompreensível», pois «politiza o órgão e aumenta a despesa», isto quando há técnicos qualificados que vão transitar dos extintos Gabinetes de Apoio Técnico para a delegação da CCDRC. Pelo contrário, nomeia-se «alguém que, sendo boa pessoa, não tem qualificações nestas áreas», lamenta Júlio Sarmento, admitindo que Fonseca de Carvalho até podia ser substituído, mas por pessoas com «a mesma qualificação». Já Álvaro Amaro entende que os partidos políticos devem definir «quais são os verdadeiros lugares de confiança política». O líder da distrital critica ainda a «sede de um partido que já está insaciável, porque estamos nas nomeações político-partidárias ao nível de chefes de divisão» e afirma que o Governo do PS está a governar «a pensar nas sondagens e isso dá-lhe um certo desnorte».

Ricardo Cordeiro

Sobre o autor

Leave a Reply