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Protesto durou meia hora junto ao Governo Civil

Ministro da Agricultura pediu desculpas

Um capacete, uma agulheta, um batedor e meia hora de silêncio foi tudo o que as 22 associações de bombeiros do distrito da Guarda deixaram frente ao Governo Civil no último domingo. Um protesto simbólico repetido em todos os distritos do país contra as declarações do ministro da Agricultura, Sevinate Pinto, que disse na Assembleia da República que «em Portugal não se sabe atacar fogos florestais».

Seara Pires, presidente da Federação Distrital de Bombeiros da Guarda, considerou-as «infelizes», pois é o que os bombeiros «fazem toda a vida» e se às vezes nem tudo corre como desejado «não é porque não saibamos». Seara Pires entende que os bombeiros «são o último elo da cadeia» e lamenta que estejam a ser o “bode espiatório”. «Não podemos ser os culpados das coisas que correram mal este Verão porque há muitas questões antes de nós», prossegue, evidenciando que os voluntários estão cansados de serem «constantemente desconsiderados e desrespeitados por pessoas com responsabilidades no Governo». A direcção da Federação decidiu enviar um comunicado ao Primeiro-Ministro onde lamenta e repudia as declarações de Sevinate Pinto, pedindo-lhe que actue. «As pessoas merecem garantias, porque são responsáveis, mas há coisas que não se dizem e desagradaram muito aos bombeiros de Portugal», revela Seara Pires. Este e outros temas serão definidos no congresso extraordinário que decorrerá dia 13 de Dezembro. «Há que criar condições para inverter esta situação e se o for, o número de incêndios anual será mais facilmente debelado», diz o presidente da direcção da FBDG. Na segunda-feira, o ministro da Agricultura apresentou formal e publicamente um pedido de desculpas aos bombeiros, mas reiterou que «há uma manifesta insuficiência de formação dos bombeiros no combate aos incêndios florestais».

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