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Propina na UBI aumenta para 850 euros

Dois representantes dos estudantes aprovaram proposta no Senado da semana passada

O Senado da Universidade da Beira Interior (UBI) aprovou na última semana o valor da propina para o próximo ano em 850 euros. Pela primeira vez na história da instituição, a proposta contou com os votos favoráveis de dois representantes da AAUBI e dos estudantes.

«Votámos a favor para que os alunos não pagassem 900 euros», justifica a “O Interior” Paulo Ferrinho, coordenador da comissão de gestão da AAUBI, adiantando que a proposta inicial apontava para a fixação da propina máxima. Consciente de que se colocaram numa «posição difícil, ao arrepio do movimento estudantil», o dirigente argumenta que agiram em «defesa» dos interesses dos estudantes da UBI. Além de reduzirem 50 euros à proposta inicial, a sua votação permitiu que a universidade possa ter o «financiamento necessário» para continuar a primar pela qualidade e excelência pedagógica. «Somos contra as propinas, mas sabemos que, neste momento, são a principal fonte de receita das instituições», aponta, criticando o Governo pela ausência de investimento no ensino superior. Apesar de terem sido os dois únicos representantes dos estudantes a votarem favoravelmente, num universo de 16, Paulo Ferrinho não teme a contestação estudantil no início do ano. Aliás, deixa um conselho: «Deviam era gastar as baterias para protestar contra o Governo e não contra a reitoria», sugere, defendendo que é ao Estado que compete financiar adequadamente as instituições de ensino superior.

E acrescenta que votaram «sem qualquer intenção de benefício», visto que os 75 mil euros atribuídos anualmente à associação pela reitoria derivam apenas da proposta de Plano de Actividades, para que possam gerir com «rigor» os subsídios às actividades realizadas pelos núcleos e academia. Apesar de admitir que a propina máxima era «necessária» para o financiamento da instituição, Santos Silva acordou em ficar pelos 850 euros, precisamente por compreender «que existe um grupo de alunos que terá algumas dificuldades». E isto apesar da UBI ser a instituição pública de ensino superior com «maior percentagem» de estudantes bolseiros, 39 por cento, e com mais oferta de camas. «Muitas das quais não chegam sequer a ser preenchidas pela totalidade dos bolseiros», lamenta o reitor. Face à «insuficiência e má distribuição» do financiamento do Orçamento de Estado para as instituições, a UBI vai seguir no próximo ano uma política de máxima contenção orçamental, tendo já aprovado na reunião do Senado um corte de 30 por cento no financiamento dos diversos departamentos.

Mais vagas e bolsas de mérito para novos alunos

Para o próximo ano lectivo, a UBI vai ter mais 40 vagas em relação a 2004. Com 1.145 lugares atribuídos, Medicina será o curso com mais vagas disponíveis, 80. Seguem-se Engenharia Civil (70), Engenharia Informática – ramos sistemas de informação/redes de comunicação (65), Ciências do Desporto e Gestão, ambas com 60 vagas, Arquitectura (55) e Ciências da Comunicação (50). Já o novo curso de Ciências Biomédicas – o único que a instituição propôs criar – abrirá com 45 vagas. De resto, há redução de vagas em quase todos os cursos do ramo ensino e nalgumas engenharias têxteis, sendo que Matemática Aplicada e Engenharia da Produção e Gestão Industrial (EPGI) não terão vagas este ano. Entretanto, a UBI anunciou que vai premiar, com um apoio igual ao valor das propinas, o melhor aluno de cada curso com nota de ingresso superior a 16 valores. A instituição pretende assim «atrair para a Covilhã os melhores alunos», salienta Santos Silva.

Liliana Correia

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