Uma dupla de burlões levou, na semana passada, as «economias de uma vida» de um homem de 71 anos, residente na colónia agrícola de Martim Rei, no Sabugal. A vítima foi abordada junto ao mercado municipal da cidade raiana e caiu no «tradicional conto do vigário», adianta o tenente-coronel Cunha Rasteiro, da GNR da Guarda.
«O homem foi interpelado por um indivíduo que lhe disse que o seu pai estava a falecer e queria distribuir pelos pobres parte da fortuna. Pouco depois, surgiu outro homem que sugeriu que o dinheiro fosse dividido pelos três, mas para isso era preciso que o agricultor entrasse com alguma quantia», referiu o oficial. A vítima concordou e foi acompanhada até uma dependência bancária da cidade raiana para levantar 7 mil euros, mas só conseguiu 500 euros. «Isto porque não teria mais dinheiro na conta. Contudo, os burlões disponibilizaram-se a levá-lo a outro banco, já na Guarda, onde levantou mais sete mil euros», acrescentou Cunha Rasteiro. O idoso entregou todo o dinheiro à dupla, que, para sair de cena, lhe pediu que fosse comprar «uma folha de papel azul para selar o acordo». O homem já não encontrou ninguém quando voltou, pelo que regressou de táxi ao Sabugal onde apresentou queixa no posto local da GNR.
Segundo Cunha Rasteiro, a vítima foi «iludida com a possibilidade de obter dinheiro fácil, rapidamente, e não pensou duas vezes, mas, infelizmente, foi ele que acabou por ficar sem as suas economias». O oficial adianta que o caso está a ser investigado pelas autoridades, mas alerta para este tipo de abordagens por parte de pessoas «bem falantes e que prometem coisas extraordinárias, sempre em troca de dinheiro». Segundo o comando territorial da Guarda, este é o segundo caso de burla a idosos registado desde o início do ano no distrito. Há 15 dias, uma mulher de 73 anos, residente em Penaverde (Aguiar da Beira), entregou cerca de 2.050 euros em dinheiro e ouro a um desconhecido. O burlão apresentou-se como sendo funcionário da Segurança Social e disse-lhe que devia trocar as notas de 50 euros, pois iam acabar. «A senhora não só lhe deu 800 euros em notas, como também entregou várias peças em ouro que tinha guardadas», acrescentou Cunha Rasteiro.
O tenente coronel recorda que a GNR da Guarda tem promovido várias acções para alertar os idosos para este tipo de situações, «mas, infelizmente, não chegam a toda a gente».