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Projéc~ estreia Harold Pinter

Festival de Teatro da Guarda termina com “The Dumb Waiter”, que está em cena no TMG até sábado

Dois homens, assassinos de profissão, esperam pela confirmação da identidade da sua próxima vítima. Este é ponto de partida da 11ª produção do Projéc~, que está em cena no TMG até sábado e encerra o Acto Seguinte – Festival de Teatro da Guarda.

“The Dumb Waiter” (1957) é uma peça em um acto do Nobel da Literatura britânico Harold Pinter encenada por Fernando Carmino Marques. André Gago e Francisco Goulão são os protagonistas deste drama em que a tensão entre as duas personagens é uma constante. Fechados num quarto, Ben e Gus conversam para matar o tempo. «Em circunstâncias anteriores constituíram uma equipa. Um pressupõe-se o estratega. Silencioso, dá a entender que sabe mais do que o que diz. O outro não esconde a sua inquietação e procura nas palavras uma explicação para a situação que ambos vivem, criam e que não controlam», refere a produção. Neste frente-a-frente, também marcado por situações cómicas e faíscas de violência, intromete-se a entrada em funcionamento do ascensor da parede (“dumb-waiter”, em inglês) do fundo, que traz as ordens enigmáticas de um andar superior.

«O homem contemporâneo vive atemorizado pelo reverso da medalha e agarra-se assim às certezas que lhe são fornecidas pela publicidade, pelos meios de comunicação, pela política, religião, etc. Conforma-se, com o que lhe dizem para fazer, pois corre o risco de ser descartado, excluído, se não obedece ou se o vento muda. Na actual situação que vivemos, a temática de “The Dumb Waiter” suscita uma reflexão que não é apenas pertinente mas necessária» refere, sobre a peça, Fernando Carmino Marques. Harold Pinter (1930-2008) foi galardoado com o Prémio Nobel da Literatura em 2005, tendo na altura sido descrito como um escritor que, nas suas peças, «descobre o precipício sob a conversa fútil do dia-a-dia». Para a Academia Sueca, ele «devolveu o teatro aos seus elementos básicos: um espaço fechado e diálogos imprevisíveis onde as pessoas estão à mercê umas das outras e em que o presente se desmorona». O poeta e dramaturgo era considerado um pilar da literatura britânica, tendo escrito mais de 30 peças de teatro.

Francisco Goulão e André Gago são os protagonistas da última proposta do Acto Seguinte

Projéc~ estreia Harold Pinter

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